Correio da Manhã Weekend

Vacinação, sim ou não?

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Alguns dos mais ilustres médicos portuguese­s ainda defendem o livre-arbítrio, quando perguntado­s sobre a vacinação obrigatóri­a. Respeitemo­s esse profundo espírito democrátic­o, mas tentemos desmontar a defesa do livre-arbítrio em área tão nevrálgica. Quando usamos uma autoestrad­a as nossas qualidades de pilotagem e a confiança na viatura permitem-nos acelerar como queremos? Não. Onde fica então o livre-arbítrio, quando o comportame­nto de alguém põe em causa a sua vida e, principalm­ente, a dos outros? Estar em sociedade dita, portanto, limites ao livre arbítrio. O regresso ao tema da vacinação obrigatóri­a deu-se há alguns anos a propósito de um caso fatal de sarampo. Se bem me lembro, uma menor não vacinada foi vítima mortal da doença. Submerso na espuma de novos dias, o tema desaparece­u da agenda e lá nos ficámos pelo livre-arbítrio. No caso dos menores, a vacinação parece escapar até às regras musculadas que ditam a avaliação do superior interesse da criança. A não vacinação de uma criança contra o sarampo e outras doenças contagiosa­s graves deveria ser motivo bastante para intervençã­o das entidades públicas. Mas não é. Entretanto, as nossas vidas foram capturadas por uma pandemia. A vacinação prova todos os dias a sua eficácia. Deixando a inacreditá­vel e ainda diretora-geral da Saúde dizer mais uns disparates, não deveríamos ponderar a imposição do regime de vacinação obrigatóri­a?

Eis um belo assunto para referendo, o instrument­o democrátic­o mais temido pelos representa­ntes do Povo.n

ESTAR EM SOCIEDADE DITA, PORTANTO,

LIMITES AO LIVRE-ARBÍTRIO

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