O que a Alemanha rica sofre
As violentas cheias que afectaram povoações em dois estados da Alemanha, a Bélgica e a Áustria causando muitas dezenas de mortos e desaparecidos, levaram a chanceler Angela Merkel, a quem a população carinhosamente chama “Mutti” (“mãe” em alemão), a manifestar a sua estranheza e preocupação solidária, usando o adjectivo “surreal” para caracterizar a situação. O cidadão comum tem dificuldade em perceber como foi possível que países ricos e tecnologicamente muito desenvolvidos fossem tão severamente atingidos pela violência de um fenómeno
O RESTO DA EUROPA DEVIA TER FALADO EM SOLIDARIEDADE,
MAS NÃO O FEZ
natural, previsível mas que ficou sem a resposta adequada.
Discute-se agora se houve avisos prévios da meteorologia e da protecção civil e quem os recebeu ou não recebeu. A Alemanha rica e poderosa há cerca de meio século que não testemunhava um flagelo assim. O resto da Europa devia ter falado em solidariedade, mas não o fez.
O que se vê nas imagens é a marca da ausência de um plano director municipal que evitasse a construção de residências na margem de rios traiçoeiros e invasivos. Dinheiro para recuperação não vai faltar.n