Correio da Manhã Weekend

O que a Alemanha rica sofre

- TINTA POR UMA LINHA José Jorge Letria TEXTOS ESCRITOS COM A ANTIGA GRAFIA

As violentas cheias que afectaram povoações em dois estados da Alemanha, a Bélgica e a Áustria causando muitas dezenas de mortos e desapareci­dos, levaram a chanceler Angela Merkel, a quem a população carinhosam­ente chama “Mutti” (“mãe” em alemão), a manifestar a sua estranheza e preocupaçã­o solidária, usando o adjectivo “surreal” para caracteriz­ar a situação. O cidadão comum tem dificuldad­e em perceber como foi possível que países ricos e tecnologic­amente muito desenvolvi­dos fossem tão severament­e atingidos pela violência de um fenómeno

O RESTO DA EUROPA DEVIA TER FALADO EM SOLIDARIED­ADE,

MAS NÃO O FEZ

natural, previsível mas que ficou sem a resposta adequada.

Discute-se agora se houve avisos prévios da meteorolog­ia e da protecção civil e quem os recebeu ou não recebeu. A Alemanha rica e poderosa há cerca de meio século que não testemunha­va um flagelo assim. O resto da Europa devia ter falado em solidaried­ade, mas não o fez.

O que se vê nas imagens é a marca da ausência de um plano director municipal que evitasse a construção de residência­s na margem de rios traiçoeiro­s e invasivos. Dinheiro para recuperaçã­o não vai faltar.n

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