Correio da Manhã Weekend

O futebol onde tudo é permitido

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Paris faz as parangonas do futebol mundial. E bem. Não é todos os dias que um dos melhores jogadores da história do futebol muda de clube. E logo um que tinha vida e obra dedicada a um só emblema. Messi merece tudo. O que jogou, o que joga e a magia que proporcion­a aos que amam futebol não é adjetiváve­l. Mas nem tudo são rosas no aparente romance idílico. E é pena que se passe em França, terra que tanto preza a liberdade. Mais um embuste dos tempos modernos.

O Paris Saint-Germain é um clube menor na Europa do futebol. Não é sequer o mais ganhador em terras gaulesas, mas é fora dali que a expressão ganhadora é quase inexistent­e. Tudo mudou quando foi comprado por um estado. Não um oligarca russo ou um investidor americano, mas um

PSG E MESSI: UMA HISTÓRIA LINDA PARA QUEM FECHA OS OLHOS A TUDO

país. O Qatar é quem manda no emblema, travestido de clube poderoso com dinheiro que vem de uma nação que abomina os direitos humanos. Para não dizer que os das mulheres também estão longe de salvaguard­ados.

Mas nem é deste tema que versa a crónica. A questão é como é que pode um clube que é dos sócios, como o Barcelona ou os nossos Benfica, Sporting ou FC Porto, competir com um potentado a quem é permitido extrair mais barris de petróleo para ter os melhores? O futebol há muito que é desigual, através dos fundos e dos Abramovich desta vida. Mas clubes-Estado como PSG ou o Manchester City elevam esta desigualda­de a pornografi­a. Por mim, que percam sempre. Que pena ver Messi neste lodo.

Mas será sempre mágico, ainda assim.n

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