DESASTRE COM UM ULTRALEVE FICOU A DEVER-SE, ENTRE OUTRAS RAZÕES, A ATITUDE EXIBICIONISTA DO PILOTO.
CASO r Investigação aponta falhas a instrutor, com “atitude de exibicionismo”, que não cumpriu “regras básicas de voo VÍTIMA r Piloto sofreu ferimentos graves e teve de ser helitransportado
Oacidente com um ultraleve que se despenhou no Aero Clube de Mirandela após colidir com a copa de uma árvore, em 2014, ficou a dever-se, entre outras questões, a “uma atitude de exibicionismo motivada pela presença de observadores e pares que assistiam” a partir da pista e ao “não cumprimento das regras básicas de voo pelo piloto”. As conclusões do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) foram agora conhecidas, quase sete anos após o desastre.
ULTRALEVE RASOU HANGAR ANTES DA PRIMEIRA COLISÃO
Tudo aconteceu pelas 17h00 do dia 25 de outubro de 2014. “Após momentos de confraternização do Aero Clube”, um piloto instrutor decidiu efetuar um voo com um passageiro, que tinha iniciado recentemente a sua formação de pilotagem. Segundo testemunhas, durante o voo o piloto “alinhou a aeronave ao hangar e, nos últimos instantes, aplicou um pranchamento de asa esquerda em baixo, rasando o hangar, não tendo contudo, conseguido evitar a colisão com uma árvore”. A aeronave prosseguiu sem controlo, atingiu outras árvores e ainda um carro. O ultraleve acabou por se incendiar, já no solo, e os dois ocupantes foram ajudados pelas testemunhas a sair do aparelho. O piloto sofreu fraturas e queimaduras de 2.º grau, sendo helitransportado em estado grave para o Hospital de Bragança, onde foi submetido a várias cirurgias. O passageiro foi tratado a ferimentos ligeiros.
O GPIAFF diz ainda que “não se pode excluir uma eventual limitação do campo de visão provocado pela configuração da aeronave, agravado pelo possível encandeamento do piloto pela posição relativa ao sol”, aliados à
“ausência de adequada gestão do risco pelo piloto”.
O ultraleve (um Tecnam P92 Echo), fabricado em 1994, ficou totalmente destruído pelo incêndio.n
PILOTO E PASSAGEIRO SALVOS DOS DESTROÇOS POR TESTEMUNHAS