Correio da Manhã Weekend

DESASTRE COM UM ULTRALEVE FICOU A DEVER-SE, ENTRE OUTRAS RAZÕES, A ATITUDE EXIBICIONI­STA DO PILOTO.

CASO r Investigaç­ão aponta falhas a instrutor, com “atitude de exibicioni­smo”, que não cumpriu “regras básicas de voo VÍTIMA r Piloto sofreu ferimentos graves e teve de ser helitransp­ortado

- CLÁUDIA MACHADO

Oacidente com um ultraleve que se despenhou no Aero Clube de Mirandela após colidir com a copa de uma árvore, em 2014, ficou a dever-se, entre outras questões, a “uma atitude de exibicioni­smo motivada pela presença de observador­es e pares que assistiam” a partir da pista e ao “não cumpriment­o das regras básicas de voo pelo piloto”. As conclusões do Gabinete de Prevenção e Investigaç­ão de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviári­os (GPIAAF) foram agora conhecidas, quase sete anos após o desastre.

ULTRALEVE RASOU HANGAR ANTES DA PRIMEIRA COLISÃO

Tudo aconteceu pelas 17h00 do dia 25 de outubro de 2014. “Após momentos de confratern­ização do Aero Clube”, um piloto instrutor decidiu efetuar um voo com um passageiro, que tinha iniciado recentemen­te a sua formação de pilotagem. Segundo testemunha­s, durante o voo o piloto “alinhou a aeronave ao hangar e, nos últimos instantes, aplicou um pranchamen­to de asa esquerda em baixo, rasando o hangar, não tendo contudo, conseguido evitar a colisão com uma árvore”. A aeronave prosseguiu sem controlo, atingiu outras árvores e ainda um carro. O ultraleve acabou por se incendiar, já no solo, e os dois ocupantes foram ajudados pelas testemunha­s a sair do aparelho. O piloto sofreu fraturas e queimadura­s de 2.º grau, sendo helitransp­ortado em estado grave para o Hospital de Bragança, onde foi submetido a várias cirurgias. O passageiro foi tratado a ferimentos ligeiros.

O GPIAFF diz ainda que “não se pode excluir uma eventual limitação do campo de visão provocado pela configuraç­ão da aeronave, agravado pelo possível encandeame­nto do piloto pela posição relativa ao sol”, aliados à

“ausência de adequada gestão do risco pelo piloto”.

O ultraleve (um Tecnam P92 Echo), fabricado em 1994, ficou totalmente destruído pelo incêndio.n

PILOTO E PASSAGEIRO SALVOS DOS DESTROÇOS POR TESTEMUNHA­S

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Aeronave bateu numa árvore, ficou descontrol­ada, atingiu mais árvores e um carro e acabou por se incendiar

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