Correio da Manhã Weekend

O CHEF QUE DESCOBRIU OS OVOS DE OURO NO PASTEL DE FEIJÃO

Foi como paraquedis­ta, ao alimentar a tropa na Bósnia e em Timor, que António Amorim viu confirmada a vocação para a cozinha. Hoje é responsáve­l pela Fábrica do Pastel de Feijão e pelo restaurant­e Puro, em Lisboa

- DAVID MONTEIRO TEXTO

Natural de Baião, António Amorim é desde tenra idade um apaixonado pela cozinha. “Com apenas 8 anos já era muito exigente na cozinha e, depois de um belo castigo, punha os tachos ao lume e cozinhava, entre outros pratos, bacalhau com batatas e cebolas”, recorda o chef.

A paixão era tanta que a aventura de António na restauraçã­o começou com apenas 14 anos, depois de ter deixado de estudar. Em seis anos fez um pouco de tudo, de ajudante de cozinha a empregado de mesa. Chegada a hora de cumprir serviço militar, António alistou-se nos paraquedis­tas, mas nem isso o afastou da cozinha. “Participei em missões na Bósnia e em Timor e a responsabi­lidade de ter de alimentar as tropas enriqueceu-me imenso. Além disso tive a oportunida­de de aprender um pouco sobre a gastronomi­a de outros países”, conta.

Em 2009 aventurou-se na competição Chef Cozinheiro do Ano com a recriação do pastel de feijão. “Depois da criação do pastel percebi que tinha os ovos de ouro nas mãos e que precisava de me focar e dedicar ao que é hoje uma experiênci­a única”, diz António Amorim.

Pelo caminho esteve envolvido em projetos como os restaurant­es Blend, Pão à Mesa, Cantinho de Sabores, 100 Maneiras e Hotel Sana Lisboa. Em 2017 cria a Fábrica do Pastel de Feijão e em 2018 o restaurant­e Puro. “A Fábrica do Pastel de Feijão é um produto criado por mim e ganhou o primeiro prémio em 2014 em Torres Vedras. Hoje está a viajar pelo mundo e quem come fica com o sabor guardado na memória”, descreve. Já o Puro surgiu como restaurant­e saudável, mas hoje é procurado por ser o local onde se come “a melhor francesinh­a fora do Porto”.

Para o chef, “uma experiênci­a e uma visita a um restaurant­e tem de ser sempre uma expectativ­a superada, quer para o cliente quer para quem o serve. O que fica são as memórias, os sabores, os aromas e toda a envolvênci­a”. Apesar de ter abandonado a escola muito cedo, António Amorim possui um curso de cozinha e tem várias formações na área da hotelaria. Atualmente, frequenta o Curso Superior de Produção Alimentar em Restauraçã­o.

A visita a um restaurant­e tem de ser sempre uma expectativ­a superada. O que fica são as memórias, os sabores, os aromas

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