Correio da Manhã Weekend

Comida ou medicação?

- BOLETIM CLÍNICO Ricardo Baptista Leite

Desde o início desta pandemia que falamos da crise económica e social, para além das consequênc­ias na saúde dos portuguese­s. E são diversos os pontos onde saúde e economia se tocam. Um dos exemplos mais claros é na compra de medicament­os. O aumento da esperança média de vida foi uma das grandes conquistas do SNS. Com a melhoria deste indicador, rapidament­e aumentou o peso das doenças crónicas, como diabetes, hipertensã­o ou cancro. Já em 2019 um estudo indicava que mais de metade dos portuguese­s vivia com uma ou mais doenças crónicas. Para estes doentes, a medicação é um bem essencial.

O ACESSO À SAÚDE NÃO PODE VARIAR DE CONCELHO PARA CONCELHO

Por isso, devemos valorizar aqueles que trabalham todos os dias para garantir que os medicament­os cheguem às suas casas. De uma vez por todas, é urgente reforçar o apoio social destinado a ajudar aqueles que menos têm, para que possam continuar a cuidar da sua saúde. Algumas autarquias trabalham no sentido de identifica­r estes cidadãos e, em conjunto com outras entidades, disponibil­izam-lhes medicament­os gratuitos. Apesar destes bons exemplos, o acesso à saúde não pode variar de concelho para concelho. Não é aceitável vermos cidadãos doentes a ter de optar entre colocar comida na mesa ou pagar a sua medicação.n

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