Comida ou medicação?
Desde o início desta pandemia que falamos da crise económica e social, para além das consequências na saúde dos portugueses. E são diversos os pontos onde saúde e economia se tocam. Um dos exemplos mais claros é na compra de medicamentos. O aumento da esperança média de vida foi uma das grandes conquistas do SNS. Com a melhoria deste indicador, rapidamente aumentou o peso das doenças crónicas, como diabetes, hipertensão ou cancro. Já em 2019 um estudo indicava que mais de metade dos portugueses vivia com uma ou mais doenças crónicas. Para estes doentes, a medicação é um bem essencial.
O ACESSO À SAÚDE NÃO PODE VARIAR DE CONCELHO PARA CONCELHO
Por isso, devemos valorizar aqueles que trabalham todos os dias para garantir que os medicamentos cheguem às suas casas. De uma vez por todas, é urgente reforçar o apoio social destinado a ajudar aqueles que menos têm, para que possam continuar a cuidar da sua saúde. Algumas autarquias trabalham no sentido de identificar estes cidadãos e, em conjunto com outras entidades, disponibilizam-lhes medicamentos gratuitos. Apesar destes bons exemplos, o acesso à saúde não pode variar de concelho para concelho. Não é aceitável vermos cidadãos doentes a ter de optar entre colocar comida na mesa ou pagar a sua medicação.n