Correio da Manhã Weekend

Bloco e PCP forçam novo escalão de IRS

MEDIDA rGoverno vai propor um alívio fiscal para rendimento­s entre 10 732 € e 20 322 €/ano ou, em alternativ­a, uma subida das deduções por filho ESQUERDArP­referência é pela mexida no imposto

- MIGUEL A. GANHÃO/ SALOMÉ PINTO

Nas negociaçõe­s para o Orçamento do Estado de 2022, que deverão ser retomadas no final deste mês, o Governo vai propor aos parceiros à esquerda ou um alívio fiscal para os rendimento­s entre os 10 732 € e os 20 322 €/ano, através da criação de um novo escalão , ou, em alternativ­a, uma subida das deduções por filho, apurou o CM. BE e PCP preferem o aumento da progressiv­idade do imposto, sabe o CM.

O primeiro-ministro, António Costa, afirmou ao ‘Expresso’ que “está a medir” se vai “mexer nos escalões” ou se vai “aumentar as deduções para todas as crianças”, admitindo que, “apesar de ambas serem necessária­s”, terá de “compatibil­izar o quadro orçamental”. Tendo em conta o histórico de reivindica­ções de BE e PCP, a medida que deverá acolher o voto favorável da esquerda será o desdobrame­nto do 3º escalão, que é taxado a 28,5%, aumentando assim o número de escalões de sete para oito. Até porque o Orçamento do Estado de 2020 já promoveu uma subida significat­iva das deduções por criança: para famílias com mais de dois filhos, o desconto de 726 € passou a 900 € para o segundo filho e seguintes, desde que tenham até três anos.

No ano passado, os comunistas já tinham exigido o aumento dos escalões. Mas a medida não passou. O Executivo tem agora uma oportunida­de de ouro para conseguir o apoio do PCP com a proposta de alívio fiscal para os rendimento­s do 3º escalão, que concentra a maior fatia dos contribuin­tes. Segundo os últimos dados das Finanças, em 2019, mais de um milhão e 600 mil portuguese­s (cerca de 30%) descontava­m de acordo com esse escalão. Para a bastonária da Ordem dos Contabilis­tas, Paula Franco, “o desdobrame­nto do 3º escalão seria a medida que mais beneficiar­ia a classe média, média-baixa, dado o grande o intervalo de rendimento­s sujeitos à mesma percentage­m de imposto”. “Não é justo que quem ganhe 11 mil euros por ano pague o mesmo de IRS do que quem ganhe 20 mil”, sublinha.n

PROPOSTA PODERÁ BENEFICIAR UM MILHÃO E 600 MIL PORTUGUESE­S

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Primeiro-ministro, António Costa, e o ministro das Finanças, João Leão, estão a trabalhar na proposta do OE 2022

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