Correio da Manhã Weekend

Psicologia inversa

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Aquestão da titularida­de da baliza do Benfica está a marcar este arranque de temporada na Luz. As opiniões dividem-se e o próprio treinador do Benfica tem alimentado essa discussão com contributo­s preciosos. Na véspera do jogo com o PSV, por exemplo, Jorge Jesus explicou que Odysseas Vlachodimo­s só arrancou para 2021/2022 como dono da posição 1 porque Helton Leite foi expulso no último jogo da época passada – a final da Taça perdida para o Braga – e não poderia, por via do castigo, reocupar já o posto que foi seu na parte final da época passada. Daí a presença do guarda-redes grego na baliza no primeiro jogo oficial do Benfica, que ocorreu em Moscovo, como que a modos de rodagem indispensá­vel para o primeiro jogo do campeonato que teve palco em Moreira de Cónegos e que estava vedado ao guarda-redes brasileiro pelos tais motivos disciplina­res que custaram a Taça de Portugal ao Benfica em maio.

Aparenteme­nte, Jorge Jesus não tem grandes dúvidas sobre a real valia dos seus guarda-redes. Prefere Helton Leite a Odysseas Vlachodimo­s. De uma maneira geral, os adeptos do Benfica também não têm hesitações sobre o mesmo assunto. Preferem Odysseas Vlachodimo­s a Helton Leite. As razões do treinador e dos adeptos são as do costume quando se trata de discutir as qualidades dos defensores da baliza. Um é melhor entre os postes, o outro é melhor a sair a cruzamento­s, um é mais ágil do que o outro, um é mais alto, outro é menos alto, um é melhor no chão, outro é melhor no ar e por aí fora porque isto de ser guarda-redes de uma equipa grande em Portugal é muito ingrato, às vezes passam-se jogos inteiros em que a bola só lá vai duas ou três vezes e qualquer falha é a morte do artista.

Nos jogos internacio­nais passa-se exatamente o contrário. Contra um adversário de valia superior, como são os holandeses do PSV, o guarda-redes de uma equipa grande cá da nossa terra tem sempre bastante que fazer. E, no jogo da primeira mão do play-off da Liga dos campeões, Odysseas Vlachodimo­s correspond­eu às exigências da função permitindo que o Benfica somasse a quinta vitória no quinto jogo da temporada e autorizand­o que o Benfica chegue na próxima semana a Eindhoven em vantagem, ainda que tangencial, na milionária decisão. Vai daí entendeu Jesus que era o

A VER SE O ODY O DESMENTE

JÁ NO PRÓXIMO JOGO E, SOBRETUDO, NO JOGO

A SEGUIR

momento de aplicar uma dose generosa de psicologia inversa na mente do guarda-redes grego e, mal acabou o jogo com o PSV, desatou o treinador do Benfica a espicaçá-lo nos seus pergaminho­s: “Não acho que o Ody tenha feito assim uma grande exibição… eram todas bolas defensávei­s… isso não lhe dá segurança nenhuma…” que é como quem diz tudo ao contrário do que se pretende a ver se o Ody o desmente já no próximo jogo e, sobretudo, no jogo a seguir. Mind games, é o que

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