Isolados
Muitos dos que vivemos num mundo agitado, mergulhados na correria das grandes cidades, esquecemo-nos que infelizmente, num Portugal a duas velocidades, há milhares de cidadãos que vivem isolados sem terem o apoio que precisam. Em locais onde o tribunal já não existe, onde o centro de saúde já fechou e onde a última mercearia já não consegue abrir portas, muitos portugueses vivem isolados, deixados à sua própria sorte, sem acesso a cuidados de saúde dignos e dos meios necessários para plenamente viver as suas vidas. Ignorar não pode ser uma opção. O poder local, apoiado por estratégias nacionais, tem de responder
VIVER COM DIGNIDADE
TEM DE SIGNIFICAR MAIS DO QUE ALDEIAS E VILAS FANTASMAS
melhor, garantindo que os serviços continuam a chegar às casas daqueles que estão em situação de vulnerabilidade. Quando tal não é possível, as estruturas de proximidade devem garantir uma rede de transportes mínima capaz de ligar a população às suas necessidades. Cuidar daqueles que mais precisam vai desde a sua saúde, à sua segurança e, no fundo, ao seu bem-estar. Falar de coesão territorial, tem de ser mais do que colocar dinheiro novo, sem estratégia, em problemas antigos. Em 2020 mais de 46 mil idosos viviam isolados. Viver com dignidade tem de significar mais do que aldeias e vilas fantasmas onde muitos responsáveis locais nunca pisaram o seu chão.n