Portugal “paga dívida de gratidão” a afegãos
“Foi uma missão plenamente sucedida”, levada a cabo por “quatro jovens que revelaram qualidades militares, qualidades humanas, valores éticos e uma coragem a toda a prova”, “através deles, Portugal sai de cabeça erguida”. São palavras do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, dirigidas aos quatro militares que partiram terça-feira para Cabul e regressaram ontem com os primeiros 24 afegãos, sobretudo intérpretes e tradutores com os seus familiares, que colaboraram com as Forças Nacionais Destacadas (FND) portuguesas, nos últimos 20 anos. “A missão destes jovens consistiu nisso, pagar uma dívida de gratidão” e “fazê-lo em três dias, em condições dramáticas, quase impossíveis, com pleno sucesso. Isto são as Forças Armadas Portuguesas. Isto é Portugal.”
Os refugiados, entre os quais muitas mulheres e crianças, vão ficar alojados numa antiga pousada, na rua Andrade Corvo, em Lisboa. O espaço foi disponibilizada pela câmara e tem estado afeto a doentes Covid-19. Viajaram num avião militar que aterrou pelas 21h15 no Aeroporto de Figo Maduro, vindo de Madrid. Para hoje são esperadas mais duas levas com, pelo menos, 36 a 38 afegãos que estão em vários pontos da Europa. O chefe da missão, major Marco Silva, disse que os quatro militares estivem no local da explosão em Cabul. “Estivemos a trabalhar naquele sítio, mas a avaliação que fizemos levaram-nos a concluir que o risco e a ameaça, naquela altura, eram demasiado elevados e tratámos de garantir a segurança das pessoas que já estavam connosco.”n
ESPERADAS MAIS DUAS LEVAS HOJE COM, PELO MENOS, 36 REFUGIADOS