A queda de dois astros
Ronaldo e Messi vão ser divinalmente pagos para, perante todos, descerem das suas nuvens de semideuses à real condição de seres perecíveis. A partir agora, vamos assistir ao penoso eclipse de dois astros que dominaram o futebol mundial durante os últimos 15 anos. É um exercício doloroso? Sim. Assistiremos a um longo reality show sobre o fim dos tiranossauros do golo. Estrelas de brilho tão intenso deveriam parar logo na curva pós-zénite. As dezenas de milhões a faturar nos próximos dois anos falam mais alto do que a forma como ambos deveriam ser lembrados nas próximas décadas, talvez séculos. Ronaldo e Messi mereciam ser astros que explodissem num imenso buraco negro. Um vazio de génio só preenchível daqui a uma ou duas gerações.
O vazio vai acontecer, mas lentamente, numa queda com testemunhas globais. Um dia algum treinador terá a coragem de os condenar ao banco. No caso de Ronaldo, até onde irá o seu domínio da seleção portuguesa? Com Fernando Santos, não haverá renovação.
Com os seus quatro apontados sucessores sentados na mesa, à frente de todos, Costa lançou o Congresso com um discurso enérgico, pleno de ideologia. Em cada um dos cinco pontos-chave da intervenção, Costa viu sempre um transbordar de sucessos. Como é possível afirmar que o SNS respondeu bem à pandemia? Incrível. Mas convincente para uma sociedade sem memória. Com este líder no PS, enquanto chover dinheiro, a direita terá de se reinventar na oposição.n
VAMOS ASSISTIR AO PENOSO ECLIPSE DE DOIS ASTROS QUE DOMINARAM O
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