Correio da Manhã Weekend

JOÃO HENRIQUES “Trabalhos a meio são mais difíceis”

CONFIANÇA r Técnico do Moreirense mostra confiança no trabalho e revela a ambição de disputar todos os jogos para ganhar, mesmo frente aos três grandes GUIMARÃES r Saída do Vitória é motivo de lamento: “Não nos deixaram terminar a temporada”

- PAULO JORGE DUARTE TEXTO LUÍS VIEIRA FOTOS

Correio Sport - Como analisa o início do campeonato? João Henriques - Foi um início de época com um calendário exigente mas, apesar dessa exigência, a equipa esteve sempre à altura de cada um dos jogos, foi competitiv­a, a disputar a partida até ao final. Essa postura deixa-nos satisfeito­s. Apenas ficou aquém a soma de pontos, por, depois do que fizemos em vários jogos, termos apenas dois pontos em quatro jornadas, nas quais defrontámo­s três equipas do top seis da época anterior. Esse facto valoriza a nossa prestação mas, por outro lado, não houve a recompensa nos pontos que desejávamo­s.

- Sofreu derrotas pela margem mínima. Sinal

de competitiv­idade?

- Para além de perdermos pela margem tangencial, entrámos a perder por dois golos (Benfica 2-1 e Sp. Braga 3-2), conseguimo­s reduzir e depois disputar o jogo até ao fim. Penso que merecíamos mais do que aquilo que tivemos, ou seja, zero pontos. Mas não há vitórias morais, isso nunca. São os pontos que sustentam o trabalho que está a ser feito, que dão confiança aos jogadores e aos adeptos.

- A paragem do campeonato por causa das seleções é prejudicia­l para o clube? - Defendo que o ritmo de jogo e a competição é que nos darão competênci­a. Depois de quatro jornadas, e dois pontos conquistad­os, queríamos era jogar rapidament­e, em casa, com o apoio dos nossos adeptos, para conquistar a nossa primeira vitória. No entanto, o calendário é o que é e temos de nos preparar para o que vamos ter: uma paragem de duas semanas nesta altura, independen­temente dos pontos e das exibições. Agora, queremos consolidar tudo aquilo que fizemos até ao momento com pontos já no próximo jogo.

- Jogo que será com o Famalicão. Um adversário difícil? - É um jogo em que apenas a vitória nos interessa, contra um adversário que está numa situação como a nossa, a jogar bem mas apenas com um ponto. Vai ser um jogo em que as duas equipas vão querer a primeira vitória. Conquistar os três pontos é importante para nós para darmos o passo em frente.

- Em breve vai defrontar o Sporting e o FC Porto. É um ciclo infernal?

- Sim, sabíamos que até à nona jornada íamos defrontar cinco das seis primeiras equipas da época passada, equipas que fizeram um campeonato extraordin­ário. Ainda assim, olhamos para o calendário com a perceção de que temos de jogar com todos e de que vamos ser competitiv­os em todas as partidas e tentar amealhar o maior número de pontos para a fase seguinte, altura em que vamos defrontar as equipas que lutam pelos mesmos objetivos que nós. Queremos que a equipa seja competitiv­a,

qualquer que seja o adversário, discutir os pontos em todos os jogos e é isso que vamos fazer. As partidas com os grandes não são exceção.

- Qual é o objetivo para esta época?

- O primeiro grande objetivo do Moreirense é atingir a manutenção o mais rapidament­e possível. Depois, atingido esse objetivo, poder olhar para aquilo que tem sido os últimos anos do Moreirense e atingir o melhor lugar possível, discutir a classifica­ção da primeira metade da tabela com equipas com qualidade para que o clube continue a crescer. É para isso que cá estamos, para apresentar qualidade de jogo, promover e potenciar os jogadores jovens que a equipa tem para ajudar o clube a conseguir encaixes financeiro­s.

- Tem pautado a carreira pela

regularida­de...

- A certeza que tenho dos trabalhos anteriores é que quando tiveram princípio, meio e fim houve bons resultados. Todos os trabalhos que apanhamos a meio são mais difíceis, há sempre alguma coisa que não controlamo­s. E há aqueles que não nos deixam terminar.

- Foi o caso do Vitória de Guimarães?

- No caso do Vitória, chegámos ao final da 1ª volta com 31 pontos, um dos melhores resultados da equipa até hoje, e depois não nos deixaram terminar. Deixámos a equipa no 6º lugar, de acesso às provas europeias. Quando terminou a época, o Vitória ficou em sétimo e fora do acesso à Europa. Como já disse, sempre que iniciamos e terminamos o trabalho… os resultados estão à vista.n

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