Correio da Manhã Weekend

SUSPEITOS DE TERRORISMO VIGIADOS DURANTE TRÊS ANOS

VIGIADOS r Dia e noite, as autoridade­s seguiram os irmãos, com medo que preparasse­m qualquer ato terrorista em Portugal DAESH r Operação só foi possível quando chegaram as provas que estavam no Iraque

- TÂNIA LARANJO / MIGUEL CURADO

Foram três anos de intenso trabalho. Dia e noite, os terrorista­s agora em prisão preventiva foram vigiados pela Polícia Judiciária. Havia referência­s de que poderiam ter ligações ao Daesh, mas faltavam provas. Só que as autoridade­s não podiam arriscar e mantiveram os irmãos Yasir e Ammar Ameen, 32 e 34 anos, sob vigilância apertada.

Até que foram detidos na quarta-feira, no distrito de Lisboa, logo pela manhã. Não abriram a porta de casa, que foi arrombada, e daí foram levados para as instalaçõe­s da PJ. Na quinta-feira foram ouvidos por um juiz no Tribunal Central de Instrução Criminal, onde foi decretada a prisão preventiva.

Sabe o CM que a detenção aconteceu depois da Polícia Judiciária ter conseguido aceder à prova que existia no Iraque. Aí, os dois homens terão estado envolvidos em atos terrorista­s, que acontecera­m antes de 2015. Sabe-se também que Ammar Ameen, o irmão mais velho, esteve na Alemanha a viver, antes de chegar ao nosso país. Não há indícios de que tenha participad­o em qualquer atentado terrorista na Europa.

A operação precipitou-se após o asilo ter sido negado a um dos suspeitos. A PJ temia que ao ver recusada a sua estadia na Europa, o terrorista pudesse reagir negativame­nte. E que suspeitass­e de que estava a ser vigiado pelas autoridade­s portuguesa­s.

Outro receio era de que, a qualquer momento, os irmãos pudessem deixar Portugal. Não havia qualquer plano de fuga, mas também não pareciam estar integrados. Apenas um deles tinha trabalhos ocasionais, para aumentar os rendimento­s que vinham do Estado. Tinham casa paga e recebiam uma pensão, depois de terem sido aceites como refugiados. A PJ temia que em caso de fuga lhes pudesse perder o rasto. Por isso, acelerou a operação, mal recebeu as provas que estavam na posse das autoridade­s iraquianas.n

JUDICIÁRIA TEMIA PERDER O RASTO DOS SUSPEITOS QUE PODIAM ATACAR

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32 ANOS
YASIR AMEEN 32 ANOS
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34 ANOS
AMMAR AMEEN 34 ANOS
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