SUSPEITOS DE TERRORISMO VIGIADOS DURANTE TRÊS ANOS
VIGIADOS r Dia e noite, as autoridades seguiram os irmãos, com medo que preparassem qualquer ato terrorista em Portugal DAESH r Operação só foi possível quando chegaram as provas que estavam no Iraque
Foram três anos de intenso trabalho. Dia e noite, os terroristas agora em prisão preventiva foram vigiados pela Polícia Judiciária. Havia referências de que poderiam ter ligações ao Daesh, mas faltavam provas. Só que as autoridades não podiam arriscar e mantiveram os irmãos Yasir e Ammar Ameen, 32 e 34 anos, sob vigilância apertada.
Até que foram detidos na quarta-feira, no distrito de Lisboa, logo pela manhã. Não abriram a porta de casa, que foi arrombada, e daí foram levados para as instalações da PJ. Na quinta-feira foram ouvidos por um juiz no Tribunal Central de Instrução Criminal, onde foi decretada a prisão preventiva.
Sabe o CM que a detenção aconteceu depois da Polícia Judiciária ter conseguido aceder à prova que existia no Iraque. Aí, os dois homens terão estado envolvidos em atos terroristas, que aconteceram antes de 2015. Sabe-se também que Ammar Ameen, o irmão mais velho, esteve na Alemanha a viver, antes de chegar ao nosso país. Não há indícios de que tenha participado em qualquer atentado terrorista na Europa.
A operação precipitou-se após o asilo ter sido negado a um dos suspeitos. A PJ temia que ao ver recusada a sua estadia na Europa, o terrorista pudesse reagir negativamente. E que suspeitasse de que estava a ser vigiado pelas autoridades portuguesas.
Outro receio era de que, a qualquer momento, os irmãos pudessem deixar Portugal. Não havia qualquer plano de fuga, mas também não pareciam estar integrados. Apenas um deles tinha trabalhos ocasionais, para aumentar os rendimentos que vinham do Estado. Tinham casa paga e recebiam uma pensão, depois de terem sido aceites como refugiados. A PJ temia que em caso de fuga lhes pudesse perder o rasto. Por isso, acelerou a operação, mal recebeu as provas que estavam na posse das autoridades iraquianas.n
JUDICIÁRIA TEMIA PERDER O RASTO DOS SUSPEITOS QUE PODIAM ATACAR