À pequena e à portuguesa
As forças armadas francesas anunciaram que Portugal foi selecionado este ano como destino do seu programa de recuperação de final de missão, que abrangerá seis mil militares. Saídos das operações no estrangeiro, e antes de chegarem a casa, cada militar terá quatro dias num hotel do Algarve, com tudo incluído, para repouso e descontração. É uma semaninha de férias pagas - um corte com o combate, para um regresso às famílias de cabeça “mais livre”. Assim se trata o “moral e bem-estar” de quem corre risco em nome das obrigações e compromissos do Estado. Para nós também não é mau. Está previsto que nos cofres algarvios fiquem diretamente 33 milhões de euros.
Por cá, no culminar de um processo negocial da carochinha em volta do subsídio de risco, o Governo teimou e leva a sua avante atribuindo a esmola de menos de 100 €/mês aos polícias que diariamente arriscam a vida a cumprir a missão que o Estado lhes deu. A vida não tem valor, mas o risco deve ser compensado e os sindicatos exigiam, e bem, quatro vezes mais.
Já aqui havia escrito que o ministro Eduardo Cabrita tinha neste dossiê a hipótese de ficar na história por um bom motivo. Ficou encalhado na oportunidade.n