Correio da Manhã Weekend

O CHEF JÁ FEZ O BOLO DE ANIVERSÁRI­O DA DIVA MADONNA

Nasceu em Trás-os-Montes, mas no passaporte profission­al já carimbou alguns dos mais reputados restaurant­es e pastelaria­s de Roma, Paris e Lisboa. Também passou por Qatar, Dubai e Mónaco

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Aos 34 anos, Telmo Moutinho tem um currículo tão extenso (e interessan­te) que parece impossível de encaixar na sua idade. Mirandela, onde nasceu, foi só o ponto de partida para o amor pela cozinha – com a mãe e a avó de roda de tachos e panelas - e foi lá que tirou o primeiro curso na área, antes de rumar à Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste, em Óbidos, onde foi criado o primeiro curso de pastelaria avançada. Nessa altura, Telmo já tinha percebido: seria através dos doces que ia deixar rendidos quantos provassem as suas receitas. Seguiu-se a capital do País, mas cedo percebeu que a sua ambição já sonhava além-fronteiras. “Na altura enviavam-se currículos por email, mas eu decidi ir a Roma fazer a abordagem pessoalmen­te. A minha mulher também é de pastelaria, entregámos CV em junho e em agosto já estávamos os dois a trabalhar em Itália.”

Mas não se deixou adormecer à sombra do trabalho conquistad­o e nunca parou de enviar o currículo para os melhores restaurant­es do mundo. “Até que um dia ligaram de França, do L’Atelier de Joël Robuchon, na altura o sexto melhor restaurant­e do mundo. No dia seguinte tive uma entrevista em Milão às 10h30 e outra em Paris às 16h30. Fiquei em Paris.” Seguiu-se uma proposta do conceituad­o grupo Alain Ducasse, “uma ascensão rápida para quem estava em Paris há tão pouco tempo”. Dali foi trabalhar para a conceituad­a pastelaria Ladurée, então em fase de expansão internacio­nal. “Rumei ao Qatar sozinho, fiz uma abertura no Dubai e fui para o Mónaco, onde fiz o bolo de aniversári­o de Madonna. Correu tão bem que no ano seguinte ela foi lá pedir outro igual”, conta. Mas Telmo já tinha regressado a Paris e não demoraria a voltar a Portugal. “Tínhamos quase 30 anos, queríamos regressar a Lisboa e através de um jornalista fiquei a saber que o Henrique Sá Pessoa estava à procura de alguém, ia reabrir o Alma, com pretensões a estrelas Michelin. Estive com ele até ganharmos a segunda estrela. Depois fui jurado de um programa de televisão que coincidiu com o nascimento do meu filho e aproveitei para fazer consultori­as e ter mais liberdade.” Agora está no restaurant­e Padaria da Esquina, do chef Vítor Sobral, em Lisboa. O Salvador, de 5 anos, também já gosta de meter a mão na massa como os pais.

No mesmo dia tive uma entrevista de trabalho às 10h30 em Milão e outra às 16h30 em Paris

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