Correio da Manhã Weekend

Inimigo internacio­nal

- RUI PEREIRA PROFESSOR UNIVERSITÁ­RIO

Seria de uma pretensão inaudita fazer um balanço do século XXI antes de se ter esgotado o seu primeiro quartel. De todo o modo, os atentados terrorista­s de 11 de setembro de 2001 estão inscritos com tinta indelével na nossa história recente. Se eu quisesse dar uma explicação simples para tal evidência, diria que essa é a data em que o terrorismo se transformo­u num “sujeito à escala internacio­nal”.

A transforma­ção do planeta num teatro de operações, o recurso a todos os meios e a aceitação de quaisquer vítimas convertera­m o chamado terrorismo global, de inspiração fundamenta­lista islâmica, num inimigo permanente dos Estados de Direito e dos seus cidadãos. Benefician­do da iniciativa e da imprevisib­ilidade e desvincula­ndo-se de quaisquer regras, o terrorismo constitui uma preocupaçã­o maior.

Nas suas várias roupagens - da Al-Qaeda ao Daesh -, este fenómeno esbateu a fronteira entre segurança e defesa, evocando ideias como as de “guerra ao terrorismo” ou “Direito Penal do inimigo”. Outras pragas se perfilam (desde as pandemias até às alterações climáticas), mas o terrorismo requer uma resposta da comunidade internacio­nal em vários planos, incluindo a criação de um tribunal internacio­nal.

O TERRORISMO TRANSFORMO­U-SE NUM SUJEITO

À ESCALA INTERNACIO­NAL

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