Da conspiração judaica ao falso ataque de aviões
As primeiras teorias sobre os atentados nasceram logo que as Torres Gémeas ruíram e 20 anos volvidos ainda se multiplicam. Entre as mais chocantes, destaque para as relativas a um complô judaico. Uma envolve Larry Silverstein, que comprou as torres em julho de 2001. Teria sido ele a informar os terroristas (ou até a pagar-lhes). A esta teoria liga-se a de que as torres caíram como um baralho de cartas porque no interior estavam colocadas cargas explosivas, acionadas após o embate dos aviões, que serviu de disfarce ao plano sinistro de Silverstein, que queria receber um milionário prémio do seguro. Daí ao envolvimento de Israel e da Mossad foi um passo. Disse-se que uma prova disto seria que nenhum judeu morreu nos atentados. O que é falso, pois pelo menos 119 das cerca de 3 mil vítimas eram judias. Outra teoria culpa o governo dos EUA. Sabia do ataque e nada fez, diz-se, tendo travado os caças que poderiam ter intercetado os aviões desviados. Mas o prémio do delírio vai para a teoria na qual nenhum avião embateu nas Torres Gémeas. Os aviões foram meros efeitos visuais, criados para esconder os mísseis que arrasaram os edifícios.n
No dia 11 de setembro de 2001, eu estava em Setúbal. Foi lá que me disseram, sem adiantar detalhes, que houvera um atentado suicida nas Torres Gémeas de Nova Iorque. Nos dias que se seguiram, os noticiários dedicaram um vasto espaço a esse atentado terrorista, o que permitiu analisar melhor os seus motivos e objetivos. Tratando-se de um ato brutal que vitimara milhares de pessoas inocentes, deduzi que os seus autores haviam querido que o respetivo choque emocional se convertesse no núcleo da própria agressão. De facto, a violência dessa estocada no coração da América, e a falta de qualquer declaração
VERSÃO DELIRANTE ALEGA QUE IMAGENS DOS AVIÕES FORAM FABRICADAS
O MOTIVO ERA O ÓDIO ÀQUILO QUE OS ESTADOS UNIDOS REPRESENTAVAM
ou exigência dos suicidas, confirmava que o seu objetivo era minar a confiança nas instituições norte-americanas e na capacidade das respetivas forças de defesa e segurança. O motivo era o ódio àquilo que os Estados Unidos representavam e que tornou o terrorismo internacional numa ameaça global para a Humanidade.
Responsabilizando o grupo terrorista Al-Qaeda pelo atentado, Washington respondeu com represálias que acabaram por ir desde a invasão do Iraque até à a ocupação do Afeganistão. As consequências dessa estratégia não foram brilhantes. Resta saber se ainda estamos a tempo de a corrigir.n