Correio da Manhã Weekend

PROMESSAS DE COSTA

AVISO r Primeiro-ministro continua a vender os milhões da ‘bazuca’, mas o fiscalizad­or alerta para o “dever de neutralida­de” OPOSIÇÃO r Rio não apresenta queixa, mas espera sanção nas urnas. Chicão critica a “conduta indecente” do líder do PS

- SALOMÉ PINTO

AComissão Nacional de Eleições (CNE), órgão a quem compete fiscalizar as campanhas eleitorais, já mostrou um cartão amarelo ao secretário-geral do PS, António Costa, por usar os milhões da ‘bazuca’ como arma para captar votos. O porta-voz da CNE, João Tiago Machado, explicou ao ‘Expresso’ que o caso “poderia enquadrar-se no âmbito dos deveres de neutralida­de e imparciali­dade dos titulares de cargos públicos”. Ou seja, os membros do Governo devem abster-se de usar o seu cargo para beneficiar candidatos.

Mas a advertênci­a da CNE não terá efeitos práticos porque nem PSD nem CDS estão dispostos a apresentar uma queixa, condição para aquele organismo poder tomar uma posição formal. Durante uma ação, em Setúbal, o líder do

PSD, Rui Rio, afirmou que “não vale a pena fazer a queixa”, porque “a CNE já disse que o PSD tem razão”.

BLOCO E PAN JUNTAM-SE ÀS CRÍTICAS E PEDEM IMPARCIALI­DADE

Rio espera agora que “os eleitores castiguem e digam aos políticos que não vale a pena andarem a prometer o que não vão cumprir”.

Seguindo as pisadas do seu parceiro de coligação em várias autarquia do País, o líder do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos, também se abstém de apresentar queixa. À margem de uma arruada na Chamusca, Chicão defendeu que a ação da CNE “é suficiente para o Governo parar” com o que classifico­u serem “condutas indecentes”, acusando ainda Costa de “falta de sentido de Estado”.

Em Abrantes, a coordenado­ra do BE, Catarina Martins, reconheceu que “existe sempre uma enorme tentação de instrument­alizar uma ação governativ­a para o ganho partidário”, sublinhand­o que “a CNE está a fazer o seu papel”. Também o PAN não se poupou a críticas. Em Oeiras, a porta-voz do partido, Inês de Sousa Real, acusou o PS de usar o PRR para capturar câmaras e pediu imparciali­dade.

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