PROMESSAS DE COSTA
AVISO r Primeiro-ministro continua a vender os milhões da ‘bazuca’, mas o fiscalizador alerta para o “dever de neutralidade” OPOSIÇÃO r Rio não apresenta queixa, mas espera sanção nas urnas. Chicão critica a “conduta indecente” do líder do PS
AComissão Nacional de Eleições (CNE), órgão a quem compete fiscalizar as campanhas eleitorais, já mostrou um cartão amarelo ao secretário-geral do PS, António Costa, por usar os milhões da ‘bazuca’ como arma para captar votos. O porta-voz da CNE, João Tiago Machado, explicou ao ‘Expresso’ que o caso “poderia enquadrar-se no âmbito dos deveres de neutralidade e imparcialidade dos titulares de cargos públicos”. Ou seja, os membros do Governo devem abster-se de usar o seu cargo para beneficiar candidatos.
Mas a advertência da CNE não terá efeitos práticos porque nem PSD nem CDS estão dispostos a apresentar uma queixa, condição para aquele organismo poder tomar uma posição formal. Durante uma ação, em Setúbal, o líder do
PSD, Rui Rio, afirmou que “não vale a pena fazer a queixa”, porque “a CNE já disse que o PSD tem razão”.
BLOCO E PAN JUNTAM-SE ÀS CRÍTICAS E PEDEM IMPARCIALIDADE
Rio espera agora que “os eleitores castiguem e digam aos políticos que não vale a pena andarem a prometer o que não vão cumprir”.
Seguindo as pisadas do seu parceiro de coligação em várias autarquia do País, o líder do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos, também se abstém de apresentar queixa. À margem de uma arruada na Chamusca, Chicão defendeu que a ação da CNE “é suficiente para o Governo parar” com o que classificou serem “condutas indecentes”, acusando ainda Costa de “falta de sentido de Estado”.
Em Abrantes, a coordenadora do BE, Catarina Martins, reconheceu que “existe sempre uma enorme tentação de instrumentalizar uma ação governativa para o ganho partidário”, sublinhando que “a CNE está a fazer o seu papel”. Também o PAN não se poupou a críticas. Em Oeiras, a porta-voz do partido, Inês de Sousa Real, acusou o PS de usar o PRR para capturar câmaras e pediu imparcialidade.
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