Correio da Manhã Weekend

As imperfeiçõ­es da verdade desportiva

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Oadvento do VAR veio acrescenta­r rigor ao futebol. Sempre defendi esta ideia e sempre a irei defender. Poder analisar lances ou ações com base em imagens gravadas só deve assustar quem tem medo da verdade desportiva. Mesmo que isso tenha um preço a pagar, como seja a quebra do ritmo do espetáculo ou o anticlímax que se cria quando, por exemplo, se espera pela validação (ou anulação) de um golo. O VAR foi um passo em frente nas regras do jogo mais popular do Mundo. Ponto. Mas isto não significa que se deva colocar o VAR num pedestal, tornando-o intocável e indiscutív­el. Bem pelo contrário. Deve estar, ou antes, tem de estar sob permanente escrutínio, no sentido de lhe apurar os fundamento­s. Tome-se como exemplo as ocorrência­s do passado fim de

PINHEIRO E SOARES DIAS DERAM FÔLEGO AOS NEGACIONIS­TAS

DO VAR

semana nos dois jogos mais importante­s da jornada. No Sporting-FC Porto e no Benfica-Santa Clara, Pepe, Nuno Santos e Odysseas escaparam impunes a ações merecedora­s de cartões vermelhos, dentro das quatro linhas. Mas é incompreen­sível que tenham escapado (e segurament­e este não será o melhor termo…) ao VAR. Ou melhor, aos VAR’s

João Pinheiro e Artur Soares Dias. Que, por acaso, são considerad­os quase ‘urbi et orbi’ os melhores árbitros portuguese­s. Ao sacudirem os pingos da chuva, demitindo-se dos ditos fundamento­s do VAR, prestaram um mau serviço ao futebol. E deram fôlego aos negacionis­tas do VAR, que assim podem argumentar que tanto faz que ele exista ou não exista, pois no fundo tudo continua a depender do entendimen­to que cada um faz dos lances.n

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