Correio da Manhã Weekend

Regresso à normalidad­e

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Oque aconteceu ao Sporting na noite da última quarta-feira já aconteceu a todas as equipas portuguesa­s – e não são assim tantas – que vêm participan­do com maior ou menor regularida­de na Liga dos Campeões. Sofrer uma mão-cheia de golos na prova de clubes mais importante do mundo não é, propriamen­te, um facto inédito, para os emblemas nacionais. E 2017, por exemplo, o Benfica apanhou com uns tremendos 5-0 numa deslocação a Basileia e até o FC Porto, o mais experiente e calejado nestas cavalarias altas, já sofreu as agruras de um score de 0-5, em casa, quando se viu obrigado, em 2018, a jogar com o Liverpool. Posto isto, no capítulo das cabazadas, o Sporting até fez melhor do que os seus rivais de trazer por casa visto que conseguiu marcar por uma vez ao Ajax, facto que aligeirou o resultado para uns 5-1 que, mal por mal, sempre servem para o colocar no top nacional dos desastres-internacio­nais-com-tento-de-honra à laia de consolo na funesta ocasião.

De uma maneira geral, os comentador­es e os analistas da nossa terra porfiaram em apontar à inexperiên­cia da equipa de Rúben Amorim e ao fator estreia na Champions para grande parte dos jogadores leoninos como explicação plausível para o sucedido o início desta semana. O treinador do Sporting, invariavel­mente cavalheire­sco e ponderado em todas as ocasiões, entendeu no fim do jogo colocar-se no centro das responsabi­lidades e, libertando os seus jogadores, do peso da goleada, disse que todos tinham muito que aprender com aquele resultado “principalm­ente, o treinador” que é como quem diz que as culpas maiores lhe pertencem. O que não é bem verdade, mas constitui um esforço digno de realce por parte do treinador para desanuviar o ambiente em torno do grupo que tem já amanhã um desafio importante do verdadeiro campeonato a que pertence, uma deslocação ao campo do Estoril que, sensaciona­lmente, é o 2º classifica­do da Liga portuguesa após 5 jornadas da prova.

O que é verdade é que também Rúben Amorim se estreou na terça-feira como treinador na Liga dos Campeões. E também é verdade que nesta ronda inaugural da fase de grupos houve outras estreias que correram lindamente aos estreantes, pelo que concluir que sofrer uma goleada na noite da primeira vez não é uma lei imutável do futebol

TÉCNICO DO SPORTING ENTENDEU COLOCAR-SE

NO CENTRO

DAS RESPONSABI­LIDADES

europeu. O FC Sheriff, da Moldávia, por exemplo, de quem poucos tinham ouvido falar estreou-se com uma vitória na casa do Shakhtar Donetsk e o avançado marfinense Sébastien Haller, de 27 anos, assinou um poker de 4 golos em Alvalade no seu primeiro jogo na Liga dos Campeões. Há estreias e estreias, como se depreende dos factos. Agora resta saber que peso terá a jornada europeia do Sporting no regresso à normalidad­e do campeonato português. Muito, pouco ou nada?n

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