Correio da Manhã Weekend

HISTORIADO­R E CRÍTICO DE ARTE MORREU AOS 98 ANOS EM FRANÇA.

SAÚDE r Historiado­r estava internado há vários anos na casa de saúde de Jarzé, perto da cidade francesa de Angers DISTINÇÃO r Em 2012 tinha sido condecorad­o com Medalha de Mérito Cultural

- FRANÇA.

Em criança já visitava frequentem­ente o Museu de Arte Antiga, então pela mão do pai. Tinha o Louvre como o seu espaço museológic­o preferido no Mundo, uma admiração especial por Picasso e, em casa, possuía um Bissière (artista francês) para o qual olhava todos os dias, ao deitar-se e ao levantar-se. Era fã de Mozart, na música clássica, e Louis Armstrong, no jazz. Temia a “estupidez” disse um dia, e encontrava no Jardim da Estrela um dos seus locais de eleição. Numa entrevista em 2015, revelava que

CRIOU OS PRIMEIROS MESTRADOS DE HISTÓRIA DE ARTE EM PORTUGAL

“gostava de morrer descansado”. José-Augusto França, considerad­o o grande historiado­r e crítico de arte português (embora não gostasse do epíteto), morreu este sábado, aos 98 anos, na casa de saúde de Jarzé, perto da cidade francesa de Angers, onde estava internado há vários anos. Tinha sofrido um AVC, há cerca de três anos.

Nascido a 16 de novembro de 1922, em Tomar, partiu para Paris, como bolseiro do Estado francês em 1959. Lecionou na Sociedade Nacional de Belas Artes, foi professor catedrátic­o da Universida­de Nova de Lisboa,

onde criou os primeiros mestrados de História de Arte do País. Estudou a fundo obras de figuras como Amadeo de Souza-Cardoso, Almada Negreiros ou Rafael Bordalo Pinheiro. Publicou um primeiro romance em 1949, ‘Natureza Morta’, seguindo-se, em 1958, um livro de contos. Em 2006 foi condecorad­o com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique e em 2012 com a Medalha de Mérito Cultural.n

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José-Augusto França com a pintora portuguesa Maluda (Maria de Lourdes Ribeiro) em Veneza em 1968

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