Correio da Manhã Weekend

70 mil alunos afetados com falta de docentes

PREOCUPAÇíO r Ontem estavam por preencher 684 horários nas reservas de recrutamen­to INCENTIVOS r Diretores querem condições para professore­s concorrere­m para longe de casa

- EDGAR NASCIMENTO

Oano letivo está no início e já faltam centenas de professore­s nas escolas. Nas Reservas de Recrutamen­to estavam por preencher ontem 684 horários com 8 ou mais horas. Esta carência de professore­s afetará cerca de 3 mil turmas, o que correspond­e a 70 mil alunos, segundo dados publicados por Arlindo Ferreira, especialis­ta em Estatístic­as da Educação, no blogue ‘DeAr Lindo’. O grupo de recrutamen­to com mais lugares por preencher é Informátic­a, seguindo-se Geografia, Física e Química, Inglês e Matemática. A Grande Lisboa e

INFORMÁTIC­A É O GRUPO DE RECRUTAMEN­TO EM QUE HÁ MAIS CARÊNCIA

o Algarve continuam a ser as zonas com mais faltas.

A falta de professore­s é mais preocupant­e num ano em que as escolas têm de cumprir o plano de recuperaçã­o de aprendizag­ens, que vai durar até 2023. “A carência de professore­s é um grande problema, que está tipificado há muito tempo e que vai agravar-se”, alerta Manuel Pereira, presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE). Ao CM, o responsáve­l da ANDE explica que a falta de atrativida­de dos jovens para o profissão e de condições para os professore­s concorrere­m para onde fazem falta, são as principais justificaç­ões. “Há professore­s disponívei­s no Norte, mas se forem para uma escola da Grande Lisboa, por exemplo, não ganham para as despesas.” O papel das autarquias, diz, é essencial. “As autarquias têm de criar atrativos para a fixação de professore­s. Há uns anos faltavam médicos no Interior e as câmaras criaram condições, arranjaram casa e incentivos. Se para a saúde houve solução, para a educação também pode haver”, salienta.n

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