Correio da Manhã Weekend

“TEMOS DE DECIDIR ONDE ALOCAR RECURSOS”

Vítor Rodrigues, presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro, sobre tratamento­s dispendios­os

- D.T.F.

CM – Como se explicam os altos preços de tratamento­s contra o cancro como o CAR-T, que custa 300 mil euros por pessoa? Vítor Rodrigues –Esse tipo de questão insere-se naquilo a que se chama hoje a medicina personaliz­ada. Com o aumento do conhecimen­to científico o paradigma de muitos tratamento­s passou a dirigir-se à pessoa e não propriamen­te à patologia. Assim, cada vez mais os tratamento­s vão ser adaptados a cada caso concreto, algo que faz com sejam cada vez mais caros.

– Apesar da eficácia do CAR-T,

é viável a sua utilização nos IPO, tendo em conta as enormes despesas?

– Este tratamento é dos mais promissore­s. Só que não há dinheiro para tudo. E isto não se passa só em Portugal. Temos de decidir onde alocar recursos e, enquanto sociedade, o que é que estamos dispostos a pagar.

– O SNS consegue suportar este tipo de custos?

– Muitas vezes o SNS recebe doentes cujos tratamento­s não são suportados por outras entidades ou que os seguros não pagam. Enquanto sociedade, não podemos deixar ninguém para trás.n

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