COMO SERÁ A SAÚDE DAS CRIANÇAS ESTE INVERNO?
Durante a semana que passou cerca de um milhão e 200 mil alunos regressaram ao ensino presencial no segundo ano de uma pandemia que está ainda longe da normalidade. “É muito provável que haja uma explosão de casos”, diz infecciologista
Oinverno aproxima-see poderátrazer comeleesteano (ainda) mais desafios para a saúde da população. “Podemos ter um problema complicado: as medidas que foram tomadas para evitar o contágio pela Covid-19 – as máscaras, os distanciamentos, as lavagens das mãos, o encerramento das escolas e de muitos serviços – acabaram por diminuir drasticamente as outras infeções todas. E isto vai-se refletir nos adultos mas, sobretudo, nos miúdos: como houve um inverno em que praticamente não foram à escola, não se infetaram porque não foram expostos aos vírus. Por isso, não tiveram uma reação normal de desenvolvimento de anticorpos que os poderiam proteger no inverno seguinte. Estou à espera de que, este inverno, os miúdos sofram mais do que alguma vez sofreram porque estão mais virgens imunitariamente”, acredita o médico António Vaz Carneiro, especialista em Medicina Interna, Nefrologia e Farmacologia Clínica, sem muitas dúvidas de que “a simples gripe será pior do que o habitual porque o ano passado pouca gente apanhou gripe”.
Covid ou gripe?
“As confusões entre gripe ou outros vírus respiratórios e Covid vão ser o nosso dia a dia”, acredita Vaz Carneiro. “O problema que se tem posto nas escolas é que cada vez que um miúdo aparece com febre, tosse e ranho fazem logo o PCR para o coronavírus. A minha recomendação habitual para os pais, e que se mantém neste ano letivo, é que se uma criança aparece com sintomas de infeção respiratória, a única coisa que há a fazer é recolher o miúdo, ficar em casa e por isso, já está a fazer quarentena. Se a família começar com sintomas é que tem de fazer testes porque são os que entram e saem do domicílio”, considera, por sua vez, o pediatra Lino Rosado. As infeções respiratórias virais são as mais frequentes, especialmente nas crianças com menos de 5 anos, e até cerca de 80% das infeções no inver