Puigdemont livre não pode sair da Sardenha
DECISÃO r Justiça italiana vai decidir extradição, a pedido do Supremo Tribunal espanhol
Éuma nova vitória judicial. A Espanha não se cansa de cair no ridículo.” Foram as primeiras palavras do ex-presidente catalão Carles Puigdemont, proferidas ontem, após decisão de um juiz italiano que o deixou em liberdade. O antigo líder da Catalunha e eurodeputado desde 2019 foi detido quinta-feira à noite pela polícia italiana quando aterrava na Sardenha. Está agora proibido de abandonar a ilha italiana do Mediterrâneo, até decisão sobre o processo de extradição para Espanha, uma vez que o Parlamento Europeu lhe levantou a imunidade em março.
Puigdemont está em fuga desde 2017 aquando da tentativa falhada de independência da
Catalunha e foi capturado no âmbito de um mandado de detenção europeu emitido pelo
Supremo Tribunal espanhol por crimes de sedição e peculato.
Enquanto o dirigente independentista estava na prisão de alta segurança de Sassari, centenas de pessoas manifestaram o seu apoio nas ruas de Barcelona, junto ao consulado italiano. Já o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, em visita à ilha de La Palma, nas Canárias, defendeu o diálogo como forma de resolver o conflito político, adiantando ser claro que Puigdemont “deve entregar-se e submeter-se à Justiça”.n
MANDADO EMITIDO POR ESPANHA POR CRIMES DE SEDIÇÃO E PECULATO
É SINAL DE DESNORTE
DAS INSTITUIÇÕES JUDICIAIS EUROPEIAS
parlamentar do ex-presidente catalão. A manutenção de Puigdemont em liberdade, sem poder sair da Sardenha, é mais um sinal do desnorte das instituições judiciais europeias. Já tinha sido assim quando o catalão foi detido e libertado na Alemanha sem outra consequência além do embaraço judicial. Não é líquido que, desta vez, não aconteça o mesmo. Mas agora o falhanço da extradição de Puigdemont vai chamuscar Sánchez e a sua política de apaziguamento do conflito catalão. E Puigdemont, ao insistir na fuga e recusar ser julgado, só prejudica a causa que tanto diz defender.n