Correio da Manhã Weekend

Ser inspetor da PJ

- CORREIO DA JUSTIÇA Carlos Garcia

Cabe ao inspetor da Polícia Judiciária a investigaç­ão da criminalid­ade de maior gravidade, especialme­nte violenta, altamente organizada e complexa. Uma profissão seriamente arriscada, penosa e desgastant­e. Absorvente no tempo e espaço. Demasiado exigente e onerosa.

Ser inspetor da PJ é viver o trabalho. É entrar e viver as investigaç­ões, suas preocupaçõ­es e reflexões, e transportá-las consigo. Levá-las para casa. Fazê-las suas. Os seus dramas e inquietaçõ­es. É trabalhar fora de horas e a qualquer hora. Muitas horas. Passar muito

É TER DE SER QUASE TUDO, COM QUASE

NADA…

tempo fora de casa e fora da família. Viver na imprevisib­ilidade.

É ser mal pago! Muito mal pago! Entre 4 e 5,70 euros por hora, fora de horas. Prestar serviço de 24 horas seguidas. É ter deveres e ónus funcionais especiais, estar sujeito ao risco, à insalubrid­ade e à penosidade.

É ser obrigado à exclusivid­ade de funções e a um excessivo regime de incompatib­ilidades e acumulação de funções. É ter o dever permanente de disponibil­idade. De prontidão e de atuação, durante o dia ou noite, dias de descanso, fins de semana ou feriados. Estar permanente­mente apto, física e psiquicame­nte, mesmo sem ter medicina do trabalho. É ter de ser quase tudo, com quase nada…n

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