Correio da Manhã Weekend

Dia da democracia

- PAULO OLIVEIRA LIMA DIRETOR-ADJUNTO

Num passo apressado para a normalidad­e, o País não estranha as medidas de segurança que tem de cumprir, hoje, no exercício da cidadania. A Covid-19 baralhou vidas e rotinas e, muitos meses volvidos, instituiu hábitos que o eleitor não questionar­á. De gel em punho, com a própria caneta e protegidos por uma máscara, o dever cívico cumprir-se-á num claro sinal de que não há obstáculos inultrapas­sáveis quando está em causa um propósito maior. Hoje, os eleitores portuguese­s são chamados às urnas para definir o futuro das suas autarquias. Do poder local ao qual cabe a primeira relação de proximidad­e com a população, com impacto imediato na sua qualidade de vida, no bairro, na cidade e nas rotinas das famílias. Uma escolha importante e que carece de uma mobilizaçã­o que não se tem visto nas últimas décadas. Em 2017, 45% dos eleitores não comparecer­am nas urnas. Em 2021 não se prevê que a abstenção esteja perto de acabar. Mesmo quando provámos, nos últimos dois anos, ter capacidade de união e mobilizaçã­o no combate a uma pandemia, entendendo a importânci­a de tomar uma decisão individual, consciente, com natural impacto social e no bem-estar dos outros. E neste período difícil da nossa história, onde quebrámos laços e perdemos muitos dos nossos, parecemos não ter aprendido a lição por completo descurando outras obrigações. Há momentos que necessitam da nossa melhor versão. E a democracia é o melhor que existe entre nós. Acarinhemo­s. Hoje é dia de votar.n

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