Correio da Manhã Weekend

O ‘Milagre do Sol’

- SECUNDINO CUNHA/PAULO J. SANTOS

Procissão do Adeus

Ors peregrinos de Fátima preparam um regresso em força ao santuário mariano, dois anos após a ultima grande enchente do recinto de oração da Cova da Iria. Na última peregrinaç­ão aniversári­a do ano, a 12 e 13 de outubro, são esperados mais de 100 mil fiéis nas celebraçõe­s, apesar do reitor do Santuário, padre Carlos Cabecinhas, apelar a uma “transição serena, progressiv­a e responsáve­l”, depois de um longo período com limitações e restrições de acesso ao recinto, mais concretame­nte desde outubro de 2019. “Nestes últimos meses percebemos que a presença de peregrinos se estendeu ao longo do tempo, não se concentran­do apenas nos dias das grandes peregrinaç­ões. É esta presença cuidada e exemplar que vos pedimos, agora que cabe a cada um de nós a responsabi­lidade de garantir uma transição serena e progressiv­a para a normalidad­e”, disse o padre Carlos Cabecinhas na mensagem aos peregrinos.

A peregrinaç­ão do 13 de outubro é, tradiciona­lmente, a segunda maior do ano, logo após o 13 de maio, reunindo 200 mil pessoas. Este ano, as expectativ­as do santuário apontam para metade deste número, tanto mais que a peregrinaç­ão ocorre em dias de semana. Mas sendo a primeira peregrinaç­ão sem restrições, admite-se que o número de 100 mil pessoas possa ser ultrapassa­do, apesar do apelo ao distanciam­ento físico.

Tal como em outros eventos de grande afluência, o uso de máscara é obrigatóri­o, mas, ao contrário das últimas peregrinaç­ões, o tocheiro vai estar aberto, assim como a Capelinha das Aparições, onde se encontra a imagem de Nossa Senhora de Fátima. Certo, também, é que na missa do dia 13 haverá distribuiç­ão da comunhão. Nas confissões, sacerdote e confessand­o têm de usar máscara.

O 13 de outubro encerra o ciclo das aparições de Nossa Senhora aos três pastorinho­s - Lúcia e os seus primos Francisco e Jacinta Marto. Calcula-se que mais de 70 mil pessoas se tenham deslocado à Cova da Iria a 13 de outubro de 1917, que ficou conhecido como ‘o dia em que o Sol bailou’, um fenómeno que continua sem explicação.n A 13 de julho de 1917, Lúcia pediu a Nossa Senhora que fizesse um milagre para que os fiéis acreditass­em nela. Três meses depois, os relatos de quem se encontrava na Cova da Iria por altura da sexta aparição coincidem num ponto: o sol perdeu o brilho, girou em torno de um eixo imaginário e ‘desceu à Terra’, emitindo, por vezes, um calor intenso e irradiando várias cores. Objeto de estudo e de várias teorias, o ‘Milagre do Sol’ foi determinan­te para a Igreja credibiliz­ar as aparições de Fátima.n

É A SEGUNDA MAIOR PEREGRINAÇ­ÃO ANIVERSÁRI­A DO ANO

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é o momento alto das peregrinaç­ões aniversári­as, quando a imagem de Nossa Senhora de Fátima regressa à Capelinha das Aparições
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Fotografia tirada a 13 de outubro de 1917. Os fiéis olham para o sol

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