Correio da Manhã Weekend

Tribunal convoca Tiago e Rafael

POLÉMICA r Irmãos faltam às aulas de Cidadania por decisão dos pais

- FÁTIMA VILAÇA

Os dois irmãos de Vila Nova de Famalicão que, por decisão dos pais, faltaram a todas as aulas de Cidadania e Desenvolvi­mento desde que a disciplina é obrigatóri­a, foram chamados a Tribunal em agosto. Em pleno período de férias judiciais, o Ministério Público convocou os rapazes, de 13 e 15 anos, e os pais, para serem ouvidos no âmbito do processo aberto na sequência da polémica decisão.

Artur Mesquita Guimarães, que este ano letivo voltou a não autorizar o filho mais novo a assistir à disciplina, diz que as crianças estão a ser vítimas de “violência” e “perseguiçã­o”. “Os rapazes têm sido perseguido­s e violentado­s pela escola e pelo Ministério da Educação, que criaram pressão durante todo o período de férias com esta tentativa de retenção de ano e em turmas de repetentes, até uma semana antes do início do ano letivo”, acusa Artur Mesquita Guimarães, sem papas na língua e firme na decisão de não deixar os filhos assistirem às aulas de Cidadania.

“Não há razão nenhuma para mudar de opinião. Sabemos que a disciplina em causa versa sobre matérias que são da competênci­a dos pais e nós não renunciamo­s à nossas obrigações”, sublinha. Apesar da providênci­a cautelar aceite pelo Tribunal Administra­tivo e Fiscal de Braga, onde decorre a ação principal, a Escola Camilo Castelo Branco reteve os dois irmãos no 7º e 9º anos. Só a uma semana do início das aulas, Tiago e Rafael foram autorizado­s a matricular-se no 8º e no 10º anos, para os quais transitara­m com distinção.n

PAI ACUSA MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E ESCOLA DE “PERSEGUIÇíO”

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Artur Mesquita Guimarães acompanhad­o pelo filho Rafael, aluno da Escola Camilo Castelo Branco

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