Moedas enlouquece PS
Depois de uma semana em que o guevarista, Nuno Santos, varre de rajada o colega das Finanças – logo, também Costa -, o ministro da Defesa estampa-se numa demissão sensível, as macas voltam aos corredores das urgências e um banqueiro escapa à Justiça, quem se lembra ainda do vencedor de há uma semana, Carlos Moedas?
Mas não é esta espuma dos dias, por mais alteroso que esteja o Rato, que nos deve desviar do único fenómeno perene na política pátria. Se alguma vez Nuno Santos, ou a arrivista Temido lograssem chegar ao cume do PS, Portugal tornar-se-ia um sítio pouco recomendável.
Nuno Santos é daqueles irresponsáveis birrentos e tonitruantes que acham possível prometer toda a lua a toda a gente. Marta Temido manipula a irresponsabilidade burocrática: se as coisas correm bem, coloca-se no centro da imagem; se correm mal, chora, clama contra demagogias persecutórias ou culpa um qualquer quadro regional. Não confundamos popularidade com confiança.
Analisemos o que mais importa, Moedas. No seu improviso de vitória, deixou várias ideias vazias e três plenas de significado.
Diz que venceu ‘contra tudo e contra todos’, o que é verdade e retira o brilho a Rio, presente na sala, ávido da luz daquela inesperada estrela. Moedas repetiu com ênfase ‘os independentes’, com força e desvelo, sinal de que visa a valorização do mérito, mais do que a do cartão partidário. Aguardemos, mas só essa opção pelo mérito o poderá levar à terceira grande mensagem. Garantiu que o caminho ‘começa em Lisboa, mas não irá acabar em Lisboa’. Rio tomou boa nota?n
QUEM SE LEMBRA AINDA DO VENCEDOR DE HÁ UMA SEMANA,
CARLOS MOEDAS?