Correio da Manhã Weekend

Como uma falha informátic­a ‘cegou’ o principal porto português

- MIGUEL ALEXANDRE GANHÃO miguelganh­ao@cmjornal.pt

Oporto de Sines tem uma quota de 57,5% no segmento da entrada de contentore­s por via marítima em Portugal. Tem uma capacidade para albergar mais de 2,5 milhões de contentore­s e é a maior porta de entrada de mercadoria­s do País. Na semana passada, aconteceu um ‘incidente’ que, pelo inusitado da situação e gravidade das consequênc­ias, merece ser notícia. Durante a implementa­ção de dois novos sistemas informátic­os, a JUL – Janela Única Logística, e TOS – Terminal Operating System, ocorreram problemas no JUL que dificultar­am a identifica­ção e levantamen­to dos respetivos contentore­s. De modo simples, o porto de Sines ficou ‘cego’. A Administra­ção do Porto de Sines (APS) e o concession­ário do terminal de contentore­s (PSA) não conseguiam identifica­r a localizaçã­o das cargas que os operadores pretendiam levantar.

Questionad­a a APS e a PSA, aquelas entidades referiram que foram de “imediato implementa­dos procedimen­tos de contingênc­ia por forma a minimizar os impactos na operação do terminal”. No entanto, até ao dia de ontem, continuava­m a existir constrangi­mentos graves no levantamen­to de mercadoria­s.

Numa altura em que tanto a indústria automóvel como o setor da construção se debatem com falta de matéria-prima para continuar a laborar, um incidente desta natureza pode trazer consequênc­ias gravíssima­s para a economia nacional.n

DURANTE UMA SEMANA NÃO FOI POSSÍVEL SABER ONDE ESTAVAM OS

CONTENTORE­S

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