Fixar a juventude com mais 25 € mês
PROMOÇÃO r A progressão na carreira nos primeiros cinco anos pode prejudicar o benefício fiscal dos mais jovens AUTÓNOMO r O contribuinte deixa de contar como dependente no agregado
Oalargamento do regime do IRS Jovem, a grande novidade fiscal do Governo para 2022, merece dos fiscalistas grandes reservas. Segundo um conjunto de simulações feita pela consultora Ilya para o CM (ver página 8) ao final de cinco anos, um jovem que tenha um rendimento anual de 28 mil euros, cerca de 2000 euros brutos/mês, tem um ganho de 25 euros/mês.
“O IRS Jovem é um sinal interessante dado pelo Governo, mas não é por um benefício de 25 euros/mês que os jovens se vão fixar em Portugal”, disse ao CM Luís Leon, cofundador da consultora fiscal Ilya.
Para aquele especialista é importante ainda ter em atenção a possibilidade de progressão dos jovens nas organizações empresariais. “Se o jovem é qualificado, é natural que nas empresas bem geridas ele tenha um caminho de promoção na carreira nos primeiros cinco anos de trabalho. Ora, essa promoção profissional/salarial pode retirar-lhe o benefício do IRS Jovem”. Esta presunção pode ser afastada se o Governo
for avante com a mudança noticiada pelo CM de que o IRS Jovem não terá limite de rendimentos.
O mesmo problema se coloca se, existindo um limite salarial, o jovem decide casar ou constituir família. Aí entram em vigor as regras do IRS normal, cabendo ao casal aferir se, pela idade ou pelo rendimento, lhes compensa entregar a declaração de imposto em conjunto ou em separado. Uma outra consequência deste novo regime é a saída do jovem do agregado familiar como dependente, embora possa ter o mesmo domicílio fiscal dos pais na entrega da declaração de imposto.n
O JOVEM QUE QUEIRA CONSTITUIR FAMÍLIA PODE PERDER O BENEFÍCIO