Correio da Manhã Weekend

O ego de Ivo Rosa

NOTA EDITORIAL

- EDUARDO DÂMASO DIRETOR REVISTA ‘SÁBADO’

Um acórdão da Relação de Lisboa não demoliu apenas uma decisão do juiz Ivo Rosa, relacionad­a com a investigaç­ão à máquina de corrupção internacio­nal que foi a Odebrecht, empresa de construção brasileira com forte presença em Portugal nas últimas três décadas. O dito acórdão veio dizer, por outras palavras, que Ivo Rosa tem uma visão arbitrária da sua função, despreza a legalidade e as regras de competênci­a e hierarquia dos tribunais. Que despreza também as regras básicas da certeza e segurança jurídica. Ao anular um despacho do seu colega Carlos Alexandre, já transitado em julgado e sobre

IVO ROSA TEM UMA VISÃO

ARBITRÁRIA DA SUA FUNÇÃO

o qual apenas um tribunal superior poderia pronunciar-se, Ivo Rosa colocou-se numa posição definitiva­mente insustentá­vel, que não é suscetível de ser apreciada num eventual e mero quadro de rivalidade entre dois juízes. Colocou-se numa posição que o determina como um falso garantista na medida em que apenas utiliza os mecanismos garantísti­cos para seu proveito e não para uma verdadeira aplicação do direito, que pondere todos os interesses em presença, desde os dos arguidos aos do Estado e da comunidade. Um juiz assim, não é bem um juiz. É apenas e só alguém capturado pelo seu próprio ego.n

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