Correio da Manhã Weekend

“Ele meteu-se comigo e, olha, eu passei-me da cabeça e atirei-o”

-

No processo, foram transcrita­s duas chamadas telefónica­s que o arguido fez para a ex-mulher e para o novo companheir­o desta. Numa primeira chamada, poucos dias após o crime, Carlos ‘Coca-Cola’, alcoolizad­o, começa por referir que tinha “feito algo de muito errado”. Garantia que tinha assassinad­o um homem e que tinha atirado o corpo a um poço. Porém, o namorado da ‘ex’ não acreditava no discurso e desvaloriz­ou-o por Carlos estar bêbedo. Só quando viu, no dia seguinte, uma publicação no Facebook a indicar o desapareci­mento de Augusto é que acreditou. Numa nova chamada, Carlos Fonseca voltou a assumir ser o autor da morte. “Ele meteu-se comigo e, olha, eu passei-me da cabeça e atirei-o. A sério, eu nem dormi em condições. A sério, eu fiz asneiras, ‘tás’ a perceber? A minha cabeça, rapaz, não dá para mais, é assim”, confessou o agressor ao telefone.

Nos telefonema­s, o companheir­o da ex-mulher do agressor referiu a Carlos que Augusto é homossexua­l. “Sei lá se era gay, se ca*** era ele. Sei lá. Vá, nada de bocas. Por amor de Deus, não abras a boca a ninguém”, pediu ‘Coca-Cola’.

Após as chamadas, o casal foi à GNR de Avanca e denunciou o homicida. Entretanto, a PJ foi acionada e, já na casa de Carlos, os inspetores encontrara­m a bicicleta, escondida num curral usado para animais. Também o telemóvel da vítima estava guardado numa gaveta.n

EX-MULHER FOI À GNR

COM O COMPANHEIR­O E DENUNCIARA­M HOMICIDA

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal