300 mil faltas de remédios em meio ano
RELATÓRIO r A maior fonte de rendimento do Infarmed são taxas e multas: no ano passado deram perto de 63 M €
No segundo semestre de 2020 foram notificadas à Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) quase 300 mil faltas de medicamentos. Os dados constam do Relatório de Atividades do Infarmed relativo ao ano passado e mostram que, apesar da pandemia, a atividade daquela entidade foi superior a 2019 em vários aspetos: foram concluídos 41 315 processos de alteração dos termos da AIM (Autorização
RECORDE DE 155 PEDIDOS PARA ENSAIOS CLÍNICOS AUTORIZADOS EM 2020
de Introdução no Mercado), mais 80% face a 2019, foram realizadas 1864 inspeções no âmbito dos medicamentos de uso humano (mais 47%), 169 inspeções a dispositivos médicos e 81 a produtos cosméticos e de higiene corporal (mais 30%) e feitos 4797 licenciamentos a entidades (mais 27%).
No campo das inspeções, as farmácias foram as principais visadas (1145), seguindo-se os titulares de AIM (381), locais de venda de medicamentos não sujeitos a receita médica (164) e distribuidores de grosso (123). A maior fonte de rendimento do Infarmed são as taxas, multas e outras penalizações que, no ano passado, totalizaram quase 63 milhões de euros.
Em 2020, foram emitidas 2599 autorizações de uso excecional (AUE) de medicamentos em unidades hospitalares, com tempo de espera de seis dias, e ainda mais 55 AUE para colmatar situações de necessidade de saúde pública. Foram também autorizados 155 pedidos de ensaios clínicos, o maior número de sempre. Já no que respeita à farmacovigilância, foram recebidas 8801 notificações espontâneas: 4961 consideradas graves e 3840 não graves.n