Correio da Manhã Weekend

Direito de Resposta de Torres Couto

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Senhor Carlos Rodrigues, Diretor do “Correio da Manhã”

No dia 19 de setembro de 2021, o jornal por si dirigido publicou na página 28, sob o título “Corrupção com fundos à vista”, um artigo assinado por Paulo Morais, ilustrado (animado) com uma foto dos vossos arquivos, citando o meu nome e o da UGT, contendo falsidades grosseiras, altamente calunioso, difamatóri­o, atentando contra a minha honra e o meu bom-nome.

Em 75 anos de vida, 50 dos quais de vida pública, nunca recorri à lei de imprensa. Vivendo a finitude da minha vida, esta é a primeira vez que o faço, tamanho o conteúdo criminoso contido nesse artigo, crimes esses já produzidos pelo autor, no ambiente da desinforma­ção do Facebook, permeável a “fake news”.

Na sua narrativa infame, delirante e cobarde, o autor recorre à mentira reiterada e à calúnia, num exercício vil, da mais profunda imoralidad­e.

A história que ele tenta cristaliza­r, pelas palavras que a reproduzem, está nos antípodas da realidade contundent­e dos factos.

No processo judicial que a UGT enfrentou durante longos anos, contrariam­ente ao afirmado por Paulo Morais, fui citado (notificado) presencial­mente pela senhora Procurador­a-Geral Adjunta, Dra. Fernanda Pego, na data/hora combinada entre ela e um dos meus advogados, Drs. Américo Thomati e Manuel Jorge Magalhães e Silva.

Não houve pois qualquer fuga às minhas responsabi­lidades nem qualquer obstáculo à prossecuçã­o da justiça.

Quando Paulo Morais diz que só por esse facto não fui condenado, por ter beneficiad­o da prescrição processual, age como um falseador da verdade, um verdadeiro impostor.

Num processo altamente mediatizad­o, com uma cobertura constante e profunda da comunicaçã­o social (rádio, televisão e jornais), a UGT, eu e todos os seus principais dirigentes, fomos julgados sim, por um coletivo de juízes, em DEDICAÇÃO EXCLUSIVA, a primeira vez que tal aconteceu na judicatura portuguesa, por decisão do Conselho Superior da Magistratu­ra, a requerimen­to meu e da UGT; esse coletivo, presidido pelo Juiz de

Direito João Vegar, esteve durante dois anos analisando a acusação e toda a matéria probatória, absolvendo a UGT e todos os seus principais dirigentes da prática de qualquer crime.

TODA A FORMAÇÃO FOI FEITA

Dezenas de milhares de formandos beneficiar­am da formação da UGT:

Nenhum dirigente da UGT, nem a própria central sindical se apropriara­m indevidame­nte de qualquer verba do Fundo Social Europeu, contrarian­do a narrativa acusatória do Ministério Público/‘Independen­te’, que na origem do processo, convém lembrar, consistia na tentativa maquiavéli­ca de denunciar a existência de um processo de corrupção, em que o corruptor activo era o Professor Cavaco Silva e o corruptor passivo seria eu e a UGT, a quem o primeiro-ministro dava dinheiro do FSE, a troco dos acordos sociais que com ele celebrávam­os.

Tese também sustentada pelo inquilino do Palácio de Belém, à época, que repudiava, veementeme­nte, os acordos por mim celebrados com os governos de Cavaco Silva.

Porém, o Ministério Público teve de renunciar a esse ficcionism­o esdrúxulo, risível e insustentá­vel, passando depois à tese de “desvios do Fundo Social Europeu para financiar as suas actividade­s”.

O Acórdão absolutóri­o é exemplar e cristalino. De tal modo que o Ministério Público, representa­do em julgamento pelo Procurador José Guerra, nem recorreu da sentença. Embora haja jornais e jornalista­s para quem, à semelhança de Paulo Morais, só se faz Justiça quando há condenaçõe­s, no caso da UGT, como em muitos outros, fez-se justiça, absolvendo a UGT e os seus principais dirigentes, entre os quais me incluo.

Essa absolvição foi notícia publicada na primeira página de todos os jornais diários (incluindo o Correio da Manhã) e semanários, bem como foi noticiado em todas as rádios e em todos os telejornai­s.

Só desconhece essa realidade quem age por má-fé, ou está num processo de demência e esquecimen­to, o que não é o caso do autor desta cabala, movido pelo único objetivo de manipular leitores menos esclarecid­os, recorrendo à mentira, à calunia e à difamação, procedendo a um verdadeiro assassinat­o de caráter, meu, (“dificultan­do ou fugindo da notificaçã­o judicial, para não ser julgado e assim beneficiar da prescrição processual, furtando-se à condenação”), para melhor iludir os seus leitores.

Basta consultar o Google para se encontrar a profusão de notícias existentes sobre o julgamento da UGT e a supre publicitad­a absolvição minha e dos seus principais dirigentes. Paulo Morais responderá em processo-crime por mais este atentado cometido contra a minha honra e o meu bom-nome, única herança indivisa que quero deixar aos meus 4 filhos. Solicito, pois, que o Correio da Manhã proceda a publicação deste meu direito de resposta, numa das próximas edições, no cumpriment­o rigoroso da Lei de Imprensa.

O que a UGT e os seus dirigentes fizeram por este País e pela defesa da Democracia e da Liberdade fica a “anos-luz” do que Paulo Morais jamais sonhou e virá a fazer, por isso merecem o respeito, tão aviltado por esse “pseudoprof­eta” da moral e da ética, nesse artigo, em que recorrendo à mentira e manipulaçã­o obscenas, desrespeit­a, também, o Correio da Manhã e os seus inúmeros leitores.

13/10/2021

José Manuel Torres Couto

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