Falta política
OPaís ficou chocado com o assassinato de um jovem no metro, testemunhado por passageiros que viram alguém morrer pela primeira vez. Depois veio a história do sucedido. Um jovem de 19 anos foi a vítima. Os quatro presumíveis autores são jovens. O móbil terá sido uma vingança pela morte de um outro jovem de 16 anos ocorrida há um ano. Bandos rivais de bairros diferentes. A polícia foi lesta a resolver o caso. Os presumíveis assassinos estão presos. A Política falta a estes jovens e a estes bairros.
Bolsas de exclusão consentida que proliferam pela metrópole onde a raiva e a transgressão, a necessidade de pertença encontra no bando as regras, a fraternidade, a explosão de revolta. Negoceiam armas, drogas, assaltam a eito. E matam!
Jovens que se auto-excluem, longe das escolas, longe da família, sobrevivendo à miséria, ao desemprego, a frustração escolar, de armas na mãos.
Para quem pensa perto, a coiHá sa resolve-se com polícia. Para quem pensa mais longe percebe que só a Política pode remediar esta ordem do caos. É dos livros. Fenómeno que é estudado há um século, pontificando nesta reflexão a chamada Escola de Chicago.
Os mecanismos de integração e de normalização do Estado de Direito passa pelo desenvolvimento de políticas públicas que ponha termo aos guetos, à clandestinidade de bairros, e invista com energia na educação e não apenas no ensino. Continuamos a viver como se estes graves problemas não existissem para a ação política. Indiferente e desleixada. Medíocre. Até ao dia em que os bandos invadam a cidade e a tomem refém da sua violência. Não é apenas a pobreza que contextualiza esta insurreição. É fazer de conta que esta realidade não existe. O erro que nos mergulha na insegurança por esta falta de política.n
BOLSAS DE EXCLUSÃO CONSENTIDA QUE PROLIFERAM PELA METRÓPOLE