Salgado: mente ou demente?
Alegando um diagnóstico de Alzheimer, Ricardo Salgado, acusado de três crimes no âmbito do Processo Marquês, pediu a suspensão do seu processo. É legítimo presumir que a doença seja forjada. Salgado, que já foi até condenado “por ter prestado informação falsa de forma dolosa ao supervisor da banca”, é um reiterado mentiroso. Seja este “Alzheimer” inventado ou real, Salgado merece uma resposta à altura.
Em primeiro lugar, o Tribunal deve exigir a realização de novos exames clínicos a Ricardo Salgado, realizados por uma Junta Médica independente, à semelhança do que se faz a qualquer trabalhador que “mete atestado”. Salgado não merece mais confiança do que um qualquer funcionário suspeito de apresentar uma baixa fraudulenta. Ao mesmo tempo, em nome da transparência, a Ordem dos Médicos deverá instaurar um processo de averiguações ao médico que veio declarar que “Ricardo Salgado tem apresentado um agravamento progressivo das limitações cognitivas e motoras”. Em defesa da honra da classe médica, deve ficar claro que nenhum acto médico pode ser instrumento de fraude, nem álibi de um crime. Na sequência destas indagações, caso se conclua que Salgado não é de facto doente de Alzheimer, devem ser retiradas as devidas consequências: médico e advogados devem ser afastados da sua actividade e julgados por cumplicidade dos crimes de Salgado.
Se, por outro lado, se verificar que o diagnóstico é verdadeiro, o Tribunal só tem uma medida a tomar: declarar Ricardo Salgado interdito e interná-lo de imediato num hospital psiquiátrico, ao cuidado do Estado português. Ao mesmo tempo, todos os bens que detém – directa ou indirectamente - devem ficar à tutela do Estado, até à conclusão de todos os julgamentos dos crimes de que é acusado. Como a Justiça é lentíssima, Salgado certamente irá morrer sem poder mexer num euro do que lhe (não!) pertence; nem tão-pouco poderá usufruir dos bens que estão ao seu serviço.
As autoridades deverão também detectar e confiscar a Salgado os capitais que tem ocultos em diversas offshore. Face ao “quadro clínico de defeito cognitivo que apresenta actualmente, nomeadamente o defeito de memória” atestado pelo seu médico, Salgado certamente nem lhes sentirá a falta, já que não se lembrará delas.n
O TRIBUNAL DEVE EXIGIR A
REALIZAÇÃO DE NOVOS EXAMES CLÍNICOS A RICARDO
SALGADO,