“Uma revisitação da nossa memória”
OBRA r José Jorge Letria edita novo livro de crónicas publicadas no CM
Quase um ano e meio depois da edição de ‘Um Mundo Aflito’, José Jorge Letria lança agora um segundo livro no qual reúne as crónicas que tem assinado nas páginas do Correio da Manhã. ‘Nada Ficou Por Contar’ junta mais de 150 textos escritos “à velocidade de dois por semana” e que o escritor define como “um longo diário” da sua vida “como cidadão, homem e jornalista”.
Com a pandemia como pretexto, ‘Nada Ficou Por Contar’ é, segundo José Jorge Letria, “um trabalho de revisitação da nossa memória”, que “reflete a transformação que se foi dando na doença e nas nossas vidas”.
A morte da Carmen Dolores, o museu dedicado a Joaquim Agostinho, o drama de Cabo Delgado, o regresso do consumismo à medida que a pandemia ia passando, a redescoberta das ‘Crónicas Marcianas’ de Ray Bradbury, tudo mereceu reflexão. “Fui escrevendo sobre tudo o que me ia surgindo”, diz o escritor. “Sabemos que a atividade jornalística fala de realidades muito facilmente atingidas pelo passar do tempo. Corremos
o risco que, daqui a um ano ou dois, já ninguém se lembre do que foi dito, escrito e lamentado, mas tenho a certeza que o que fica registado sobre a forma de crónica vai permanecer. Daqui a uns anos, quem for investigar vai encontrar estas realidades.”
‘Nada Ficou por Contar’ é “um livro para o futuro” que Letria dedica aos netos de 18, 17, seis e dois anos. “Sei como isto os transformou, mas a pandemia vai deixar-lhes uma marca que eles hoje ainda não se apercebem.”n
ESCRITOR DEDICA O NOVO LIVRO, ‘NADA FICOU POR CONTAR’, AOS NETOS