“Apertei o pescoço e ela pediu perdão”
CRIME António Teixeira, 80 anos, diz que apenas queria calar a mulher
Quando foi ouvido em primeiro interrogatório judicial, António Teixeira, de 80 anos, confessou que matou a mulher, Beatriz Cadinha, de 78, mas que o seu objetivo era apenas deixar de ouvir a sua voz “estridente” a chamá-lo. “Sabia o que me fazia ao gritar-me. Eu não gostava disso. Apertei-lhe o pescoço, sim, não para a matar, mas para a calar. Enquanto fazia isso ela juntou as mãos e pediu-me perdão. Ainda achei que tinha tempo para a salvar”, disse ao juiz.
As declarações do arguido, que foi agora acusado de homicídio qualificado constam do processo, consultado pelo CM. O crime foi cometido a 22 de maio de 2021, na casa da família, em Valadares, Vila Nova de Gaia. O casal morava sozinho há meio ano - depois de um dos filhos ter saído de casa. Era a vítima quem tomava conta do arguido, que luta contra um tumor, e o ajudava a superar os seus problemas de audição causados pela síndrome de Ménière.
Após matar a mulher, António colocou o corpo num tapete e atirou-o das escadas do primeiro andar, simulando uma queda. Depois ligou a um filho a pedir ajuda. No processo, um dos filhos contou que, no meio da aflição, o pai nunca conseguiu ter um discurso coerente, mas que, na altura, não achou estranho. “Ele dizia: ‘O que é que eu fiz? Sou muito nervoso. Eu fui provocado. Se calhar foi um ataque que eu tive, eu não queria fazer aquilo’”, recordou. António Teixeira está atualmente em prisão domiciliária. Vai ser julgado em breve no Tribunal de S. João Novo, no Porto.n
ESTRANGULOU A VÍTIMA E DISSE QUE ACHAVA QUE AINDA A PODIA SALVAR