O novo contabilista
ARio ou a Costa, de política externa, ouvimos zero. Salvo as referências a fundos europeus, a única nota externa foi dada por Rio, quando denunciou a diferença de preços da TAP, para São Francisco, caso se embarque em Madrid ou Lisboa. Não sendo São Francisco o centro do Mundo - nem da Europa, nem da NATO, do Mediterrâneo, da Ucrânia, da China, do Brasil, nem de Angola convenhamos que o debate entre os dois candidatos só não foi de nível autárquico porque Portugal ainda guarda laivos de soberania com que os governos pastoreiam os indígenas.
Nesta soberania restante, Costa reinou quando Rio se atolou na ignorância sobre o que é uma democracia. Rio vangloriou-se do seu desapego às rédeas da Justiça – apesar de querer os nomeados políticos a domar juízes e procuradores pelo uso da cenoura e do chicote - quando garantiu ter convidado pessoas para os conselhos superiores das magistraturas sem sequer as conhecer. Imagine-se!
Portanto, Rio nomeia gente, que uma qualquer ‘vice’ lhe sopra, para cargos de que ignora o alcance.
Já vão uns anos desde que este vosso escriba classificou Rio como “um contabilista”. Então, ainda desconhecia textos em que Fernando Pessoa de tal cunha Salazar. Ressalvado o abismo de génio entre autores, o perigo que um contabilista como Rio representa para a democracia, lembra o velho ditador. Que, na visão genial de Pessoa, tinha “todas as qualidades periféricas para ser chefe”, faltando-lhe apenas “a principal – que é ser chefe.”
RIO NOMEIA GENTE QUE UMA QUALQUER ‘VICE’ LHE SOPRA
n