Correio da Manhã Weekend

O desastre da campanha

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Oponto mais fraco de Costa sempre foram as campanhas eleitorais. É desastrado na escolha das frases fortes e das bandeiras com que marca as diferenças para os adversário­s.

Esta campanha confirma a regra. O trambolhão nas sondagens fica Costa a devê-lo à sua vertigem hiperbólic­a com a prisão perpétua. Diabolizar este instituto, que vigora em países com que Portugal até à náusea se compara, é um erro crasso. Associar prisão perpétua com racismo, tornou o desastre completo. A prisão perpétua, com possibilid­ade de revisão periódica, é exatamente a fronteira que os partidos democrátic­os podem traçar face aos populistas, que tenderão para defender a pena de morte, esta sim inaceitáve­l por irreversív­el. Um líder do PS, dependente do voto do centro, num País envelhecid­o e securitári­o, não deve levar esse tema às urnas.

Com o ainda primeiro-ministro seguem também os erros de um Governo pejado de gente pouco competente. O último exemplo é o exercício do voto das pessoas infetadas. Então às 18 horas do próximo domingo, os eleitores não infetados e os pobres delegados de mesa sujeitam-se aos contágios que levaram o Governo a fechar o País? Que loucura!

Se, apesar das fragilidad­es, Costa aspira à estabilida­de de uma maioria absoluta, deve declará-lo todos os dias, do alto da sua voz tonitruant­e, junto com o que se propõe fazer nos temas que mais interessam aos eleitores. Mas tudo indica que o comboio da maioria absoluta já passou. A alta velocidade.n

ASSOCIAR PRISÃO PERPÉTUA COM RACISMO TORNOU O DESASTRE COMPLETO

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