Correio da Manhã Weekend

Suspeita de miocardite e

CASO  Notificaçã­o sobre a suspeita de reação adversa na morte de menino em Santa Maria inclui a indicação de miocardite. Criança estava a tomar um anti-histamínic­o, que pode afetar o batimento cardíaco

- EDGAR NASCIMENTO

Anotificaç­ão de suspeita de reação adversa no caso do menino de 6 anos que morreu no Hospital de Santa Maria (Lisboa) com Covid-19 uma semana após ter sido vacinado inclui a indicação de miocardite. Refere ainda que Rodrigo estava a tomar um medicament­o para a rinite alérgica, que tem como reação adversa pouco frequente o batimento cardíaco irregular.

Segundo a notificaçã­o enviada pela Autoridade Nacional do Medicament­o (Infarmed) à Agência Europeia de Medicament­os (EMA), há exatamente uma semana, consultada pelo

CM, surge a indicação de paragem cardiorres­piratória e miocardite fatais. Ao CM, o Infarmed explica que a informação constante no relatório foi remetida pelo notificado­r, o Hospital de Santa Maria. Ao que o CM apurou, a referência à miocardite é uma suspeita, uma eventual causa, e não um diagnóstic­o. “São necessário­s exames mais invasivos para detetar uma miocardite”, refere o Infarmed.

Recorde-se que ainda não existe relatório da autópsia, pois estão a ser realizados pelo Instituto Nacional de Medicina Legal exames complement­ares de toxicologi­a e de patologia clínica, para determinar a causa da

Miocardite é uma inflamação do miocárdio (músculo cardíaco) com necrose (morte) das células cardíacas do miócito. Dor no peito ou febre são sintomas.

Infeção provoca mais

A miocardite por infeção com SARS-CoV-2 é 60 vezes mais frequente do que após a vacinação, segundo o Programa Nacional para as Doenças Cérebro-Cardiovasc­ulares.

Causas desconheci­das

O parecer explica que as causas da miocardite em contexto de Covid-19 são desconheci­das e que se supõe que “ocorre quando o sistema imune, em resposta à infeção, agride o coração”. morte, ocorrida no dia 16 deste mês. O relatório da autópsia, após concluído, será remetido ao Ministério Público, que abriu um processo ao caso.

Na notificaçã­o enviada à EMA, surge a referência à vacina pediátrica da Pfizer (Comirnaty), que foi administra­da à criança uma semana antes do óbito, e à bilastina, um medicament­o anti-histamínic­o, utilizado para tratar a rinite alérgica. Este remédio pode ser vendido sob várias marcas e nem todas as apresentaç­ões são aconselhad­as para crianças com menos de 12 anos. De entre os vários efeitos adversos possíveis na toma da bilastina está o batimento cardíaco irregular, mas também outras reações comuns a quem tomou a vacina contra a Covid-19, por exemplo, cansaço ou sensação de mal-estar geral.n

REFERÊNCIA À MIOCARDITE FATAL É UMA SUSPEITA E NÃO UM DIAGNÓSTIC­O

REMÉDIO PARA A RINITE ALÉRGICA TEM REAÇÕES SIMILARES À DA VACINA

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Menino de 6 anos morreu no dia 16 de janeiro no Hospital de Santa Maria

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