Suspeita de miocardite e
CASO Notificação sobre a suspeita de reação adversa na morte de menino em Santa Maria inclui a indicação de miocardite. Criança estava a tomar um anti-histamínico, que pode afetar o batimento cardíaco
Anotificação de suspeita de reação adversa no caso do menino de 6 anos que morreu no Hospital de Santa Maria (Lisboa) com Covid-19 uma semana após ter sido vacinado inclui a indicação de miocardite. Refere ainda que Rodrigo estava a tomar um medicamento para a rinite alérgica, que tem como reação adversa pouco frequente o batimento cardíaco irregular.
Segundo a notificação enviada pela Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) à Agência Europeia de Medicamentos (EMA), há exatamente uma semana, consultada pelo
CM, surge a indicação de paragem cardiorrespiratória e miocardite fatais. Ao CM, o Infarmed explica que a informação constante no relatório foi remetida pelo notificador, o Hospital de Santa Maria. Ao que o CM apurou, a referência à miocardite é uma suspeita, uma eventual causa, e não um diagnóstico. “São necessários exames mais invasivos para detetar uma miocardite”, refere o Infarmed.
Recorde-se que ainda não existe relatório da autópsia, pois estão a ser realizados pelo Instituto Nacional de Medicina Legal exames complementares de toxicologia e de patologia clínica, para determinar a causa da
Miocardite é uma inflamação do miocárdio (músculo cardíaco) com necrose (morte) das células cardíacas do miócito. Dor no peito ou febre são sintomas.
Infeção provoca mais
A miocardite por infeção com SARS-CoV-2 é 60 vezes mais frequente do que após a vacinação, segundo o Programa Nacional para as Doenças Cérebro-Cardiovasculares.
Causas desconhecidas
O parecer explica que as causas da miocardite em contexto de Covid-19 são desconhecidas e que se supõe que “ocorre quando o sistema imune, em resposta à infeção, agride o coração”. morte, ocorrida no dia 16 deste mês. O relatório da autópsia, após concluído, será remetido ao Ministério Público, que abriu um processo ao caso.
Na notificação enviada à EMA, surge a referência à vacina pediátrica da Pfizer (Comirnaty), que foi administrada à criança uma semana antes do óbito, e à bilastina, um medicamento anti-histamínico, utilizado para tratar a rinite alérgica. Este remédio pode ser vendido sob várias marcas e nem todas as apresentações são aconselhadas para crianças com menos de 12 anos. De entre os vários efeitos adversos possíveis na toma da bilastina está o batimento cardíaco irregular, mas também outras reações comuns a quem tomou a vacina contra a Covid-19, por exemplo, cansaço ou sensação de mal-estar geral.n
REFERÊNCIA À MIOCARDITE FATAL É UMA SUSPEITA E NÃO UM DIAGNÓSTICO
REMÉDIO PARA A RINITE ALÉRGICA TEM REAÇÕES SIMILARES À DA VACINA