Seca impede rega de 2 mil hectares
CASO Albufeira de Campilhas sem água para regadio em três concelhos
Cerca de dois mil hectares de terrenos agrícolas em Santiago do Cacém, Odemira e Ourique vão ficar sem a campanha de rega de primavera/verão a partir da albufeira de Campilhas. “É só a agricultura que sai afetada [barragem não faz abastecimento público], mas, em termos ambientais, também é muito mau que isto continue assim”, sublinhou à Lusa Ilídio Martins, da Associação de Regantes e Beneficiários de Campilhas e São Domingos.
Devido à seca, a barragem tem armazenada apenas 4,1% da capacidade total de água. A associação fornece habitualmente água para rega em 6 mil hectares, mas desta feita os terrenos serão reduzidos em um terço. Uma ligação ao Alqueva pode ser a solução, mas o projeto está ainda em fase de estudo.
Já a albufeira do Monte da Rocha, em Ourique, que está com 15,4% do seu volume total, tem uma ligação precária ao Alqueva - que vai assegurar parte da próxima campanha de rega -, mas há planos para a construção de uma ligação melhor até 2025. A Direção-Geral de Agricultura
e Desenvolvimento Rural considerou a situação “preocupante” e está a acionar planos de contingência nas zonas mais afetadas, que são Odemira, no Alentejo Litoral, e o Algarve.
Mas a seca já afeta todo o território. Em Trás-os-Montes, se não chover nos próximos meses, a situação da agricultura pode ser “dramática”, alertou Emanuel Batista, presidente da Associação de Regadio de Mirandela. E, em março, os produtores enfrentarão um problema grave (ver pág. 47).n
TRÁS-OS-MONTES TEME SITUAÇÃO DRAMÁTICA SE NÃO CHOVER EM BREVE