A vergonha de Setúbal

Se PS e PSD não querem ser cúmplices dos factos gravíssimos que ensombram Setúbal no acolhimento aos refugiados, devem precipitar eleições. Basta a demissão dos seus seis vereadores (quatro do PS e dois do PSD). O líder camarário, próximo de um casal russo, permite que a dupla acolha ucranianas e lhes pergunte, em russo – claro! -, onde estão os maridos envolvidos no esforço de guerra.

Tal sujeito continua a merecer a confiança dos seus munícipes? Se PS e PSD não forçarem a devolução da pergunta aos cidadãos do concelho, não estarão a cumprir o seu dever.

Nos detalhes revelados pelo ‘Expresso’, ficamos a saber que estes quadros russos procuraram ocultar do seu rasto digital a proximidade a instituições que compõem a longa mão de Putin em países da UE.

Neste caso, ao contrário do de Medina, em Lisboa, o líder político não pode defender-se com o real desconhecimento da situação. A notícia não deixa margem para dúvidas.

Um dos males do discurso demagógico é fazer iguais realidades diferentes: em Lisboa, na escandalosa denúncia à embaixada russa dos dados pessoais de ativistas anti-Putin, convinha saber o que aconteceu ao técnico superior responsável pela fuga. Um ato que impediu, por exemplo, Ksenia Ashrafullina de voltar a rever a família na Rússia, por perigo de detenção. Este tão diligente técnico continua ao serviço? Continua a aceder a informação sensível?

Já na situação vivida em Setúbal, a responsabilidade é estritamente política. Tendo estes agentes russos apoiado a candidatura de André Martins pela CDU.

Cabe agora a PS e PSD, de Setúbal para o País, dizerem que valores professam e de que lado estão.n

CABE AGORA A PS E PSD, DE SETÚBAL PARA O PAÍS, DIZEREM QUE VALORES PROFESSAM