PSD apresenta uma moção de censura
O PSD vai apresentar uma moção de censura a exigir a demissão do presidente da Câmara de Setúbal, André Martins (CDU), na Assembleia Municipal Extraordinária da próxima terça-feira, disse à Lusa o deputado do PSD, Nuno Carvalho. “Vamos apresentar uma moção de censura porque o presidente da Câmara de Setúbal sabia das ligações dos elementos da Associação dos Imigrantes de Leste ao Governo russo e nunca o assumiu”, disse, defendendo que a demissão de André Martins deveria ser acompanhada pelos restantes vereadores da CDU.n O PS chumbou ontem a audição no Parlamento do presidente da Câmara de Setúbal, mas aprovou a do ministro da Administração Interna e da ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, para darem esclarecimentos sobre o acolhimento de refugiados ucranianos por cidadãos russos.
Os requerimentos para chamar André Martins, eleito pela CDU, foram apresentados pelo PSD, Chega, IL e PAN e chumbados pelo PS, com os votos favoráveis dos restantes partidos, incluindo o PCP. “Parece-nos que a resposta perante o órgão de fiscalização político de uma câmara municipal é a respetiva assembleia municipal”, justificou o deputado do PS, Pedro Delgado Alves. As reações não se fizeram esperar, com a direita a dizer-se estupefacta e Rui Rio a pedir mesmo a demissão
MARCELO: “PORTUGUESES GOSTARÃO DE SABER O QUE SE PASSOU”
do autarca: “Dá-me ideia de que não tem condições para continuar.” O presidente do Chega acusou o PS de estar “a proteger o PCP”. A IL chamou-lhe “maioria de barreira” e Inês de Sousa Real, do PAN, disse que a rejeição “é incompreensível”.
Por seu lado, o Presidente da República declarou: “Desde a primeira hora que devia ser tudo investigado” de forma a perceber se o acolhimento por cidadãos russos se passou “com um município, com vários municípios, com uma associação, com várias associações, com uma pessoa, com várias pessoas”. Marcelo pensa que “os portugueses é que gostarão de saber aquilo que se passou”, mas, quanto ao chumbo da audição, foi mais comedido: “Não vou comentar posições ou decisões do Parlamento”, disse.n