Correio da Manhã Weekend

Rio sai magoado com o partido

BALANÇO  Líder demissioná­rio admite que viveu “histórias negativas” BANDEIRA  Revisão constituci­onal e da lei eleitoral ficam pelo caminho

- SALOMÉ PINTO

na Europa, com Pedro Passos Coelho salvámos o País da bancarrota.

Nada disto seria possível sem o envolvimen­to de milhares de pessoas, militantes e simpatizan­tes, de norte a sul do País, do interior ao litoral, passando pelas ilhas, que de forma anónima ou mais mediática, ajudaram a moldar aquele que é um partido-âncora da nossa democracia e um projeto de intervençã­o cívica sempre inacabado. Agora, a palavra-chave é ACREDITAR.

Acreditar em Portugal e no PSD para nos superarmos nos 48 anos que se seguem, dando oportunida­des a todos, solidaried­ade intergerac­ional e justiça social a Portugal.n

Os três anos aos comandos do PSD não foram um mar de rosas para Rui Rio. O desabafo consta de um vídeo publicado nas redes sociais a propósito dos 48 anos do PSD, que se assinalara­m ontem: “Não vamos ser hipócritas, tenho várias histórias negativas enquanto presidente do partido, que também marcam.”

Rio não quis especifica­r os “momentos baixos” que teve na liderança do PSD. Mas, recentemen­te, o ainda presidente social-democrata manifestou desagrado quando deputados apoiantes do candidato à liderança do partido, Luís Montenegro, revelaram à comunicaçã­o social que Rui Rio tencionava avançar, no Parlamento, com propostas de revisão da

Constituiç­ão e da lei eleitoral, a apenas três semanas das eleições diretas, de 28 de maio, que vão opor Montenegro a Jorge Moreira da Silva.

Irritado com a fuga de informação e com as críticas internas ao ‘timing’ de Rio, o líder acabou por deixar cair uma das suas principais bandeiras: alteração da Constituiç­ão e da lei eleitoral. De resto, ontem Montenegro disse que deve ser o próximo líder a comandar esse processo.

Mas Rui Rio também quis puxar dos galões: “Este período de presidente do PSD, que bate o recorde nacional de permanênci­a como líder de oposição, que é um dos cargos mais complicado­s de se executar, e aí tenho muitas histórias positivas, porque quando vamos para eleições queremos ganhar e eu ganhei três eleições internas.”

Apesar deste balanço, Rio confessou “não ter liberdade total” para analisar a sua liderança, à margem de uma sessão comemorati­va do aniversári­o do PSD. E deixou um recado ao Chega e aos candidatos à presidênci­a do partido sobre o desafio lançado por Ventura para uma convergênc­ia à direita: “Por mim pode convidar a direita, que eu não ia, porque eu estou farto de dizer que não sou de direita, sou de centro.” Montenegro seguiu a mesma posição de Rio: “Não, não vou fazer isso [aceitar o convite de Ventura].”n

Assumo cinco compromiss­os com os militantes e potenciais eleitores do PSD: atualizar as linhas programáti­cas e clarificar a natureza do nosso relacionam­ento com os outros partidos; abrir e modernizar o PSD; protagoniz­ar uma oposição firme e inconformi­sta; unir o Partido; liderar reformas para reconquist­ar o nosso direito ao futuro. O desafio destas eleições é claro. Não basta um líder capaz de criticar. É preciso alguém que tenha um plano para Portugal. Que tenha provas dadas na liderança de reformas e na entrega de resultados, no plano nacional e internacio­nal. O PSD voltará a ser o motor transforma­dor de Portugal.n

LÍDER CESSANTE NÃO ACEITARIA CONVITE DE ANDRÉ VENTURA

 ?? ?? RUI RIO, PRESIDENTE CESSANTE DO PSD, AO CENTRO, PARTICIPOU ONTEM NO ‘ENCONTRO DE GERAÇÕES’, ORGANIZADO PELA JUVENTUDE SOCIAL-DEMOCRATA DO NÚCLEO OCIDENTAL DO PORTO, QUE SE REALIZOU NA CIDADE INVICTA, A PROPÓSITO DO 48.º ANIVERSÁRI­O DO PSD
RUI RIO, PRESIDENTE CESSANTE DO PSD, AO CENTRO, PARTICIPOU ONTEM NO ‘ENCONTRO DE GERAÇÕES’, ORGANIZADO PELA JUVENTUDE SOCIAL-DEMOCRATA DO NÚCLEO OCIDENTAL DO PORTO, QUE SE REALIZOU NA CIDADE INVICTA, A PROPÓSITO DO 48.º ANIVERSÁRI­O DO PSD

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal