Correio da Manhã Weekend

Espiões e parvoíce

- Francisco Moita Flores Professor Universitá­rio

OPCP tem caído em todos os alçapões que a guerra na Ucrânia abriu na política espetáculo. Com a informação, que muitas vezes não passa de propaganda, dominada pela interpelaç­ão das nossa emoções, da repugnânci­a pela guerra, o PCP não foi capaz de despir o fato anti-NATO, e permitiu que fosse exposto como apoiante do Putin. Na verdade, ao contrário do que afirma, não se montou, nem está em curso, uma campanha anticomuni­sta. Pelo contrário: O PCP abriu as portas e entrou no terreno da futilidade, deu-se ao luxo de se libertar da racionalid­ade pragmática que caracteriz­a a sua conduta política para entrar no baile das parvoíces que exalta indignaçõe­s e reprime o pensamento crítico. Embarcou

O PCP ABRIU AS PORTAS E ENTROU NO BAILE DAS PARVOÍCES

QUE REPRIMEM O PENSAMENTO CRÍTICO

nas teorias da desnazific­ação alimentada­s por Putin. Não foi capaz de explicar o espião de Setúbal que, ao que se sabe, é um protagonis­tas entre outros, em várias autarquias do País, e acabou por votar contra os apoios da Câmara de Lisboa a uma associação de ucranianos porque, segundo o Partido, não são idóneos. E não o são porquê? Porque o PCP e a sua legião de indignados, supremacis­tas morais em qualquer contenda, ficou magoado por um dos dirigentes ucranianos se questionar sobre a legalidade do Partido. Confundiu pessoas assustadas com intervento­res políticos e viu nisso um tentáculo da campanha anticomuni­sta.

Era importante que não caísse nos logros e não respondess­e às parvoíces que, dia após dia, são notícia. Sobre Setúbal, e tendo em conta as novidades do tumulto, que noticiam que, há muitos anos, o espião que veio do frio é vigiado pelas secretas nacionais, quais são os resultados dessa vigilância e controle?n

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