O sono dos justos
OPS não quer ouvir o presidente da Câmara de Setúbal no Parlamento. Não se percebe, dizem alguns. Por acaso percebe-se, digo eu: os próximos meses serão de contestação social a doer. Poupar o PCP a este vexame é uma forma de amaciar o partido para que a contestação não seja tão ruidosa. Amor com amor se paga.
Seja como for, é indiferente. Depois das revelações do ‘Expresso’, a única pessoa
SE O SIS NÃO ANDAVA A DORMIR,
ANDAVA O PRIMEIRO-MINISTRO?
que importa ouvir é mesmo o primeiro-ministro. Pelos vistos, o SIS acompanhava o líder da comunidade russa em Setúbal desde 2014, ano da invasão da Crimeia. Oito anos depois, com a invasão da Ucrânia, o cavalheiro em questão continuava em actividade – e a receber refugiados ucranianos. A pergunta é óbvia: como foi possível que o governo tenha permitido estas proximidades?
O primeiro-ministro, na primeira declaração sobre o caso, garantiu que os serviços de informação não andavam a dormir. Andava ele?
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