Correio da Manhã Weekend

Um milhão atrasados na vacina

DGS  Graça Freitas apela a 1 milhão de pessoas que ficaram infetadas e não receberam reforço para o tomarem agora NOVO Vão receber SMS para vacina quatro meses após infeção ou podem optar pela ‘casa aberta’

- BERNARDO ESTEVES

Há 1 milhão de pessoas que ainda não tomaram o reforço da vacina contra a Covid-19, revelou ontem a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, lançando um apelo para que recebam agora a terceira dose. “São cerca de 1 milhão de pessoas que se infetaram no inverno, foram impedidas de tomar a vacina de reforço e apelamos a que o façam agora”, afirmou à RTP, sublinhand­o que se trata de pessoas “de todas as faixas etárias”.

Estas pessoas só podem receber o reforço se tiverem passado quatro meses desde a data da infeção, esclareceu aoCM fonte da DGS, explicando que os utentes vão receber um SMS para vacinação. Podem também dirigir-se aos centros de vacinação na modalidade ‘casa aberta’. Há ainda a possibilid­ade de serem contactada­s a nível local por SMS ou telefone.

A prioridade da DGS é dar o primeiro reforço a este milhão e continuar a administra­r o segundo reforço aos maiores de 80 anos e residentes em lares, estando a ser analisada a possibilid­ade de alargar também aos maiores de 70. Mas Graça Freitas descarta dar o segundo reforço à população abaixo dos 70 e aos profission­ais de saúde, porque admite que as vacinas já não travam a transmissã­o do vírus. “A vacina atual foi feita com a variante inicial e é muito pouco protetora contra infeção, sobretudo desta linhagem [BA.5] da variante Ómicron, que tem grande capacidade de se transmitir”, disse, admitindo que a vacina é apenas “protetora contra formas graves da doença”.

A linhagem BA.5 é já predominan­te em Portugal, representa­ndo 63,5% dos casos, segundo o Instituto Ricardo Jorge (INSA). No relatório da pandemia, o INSA revela que os internamen­tos em Intensivos estão com tendência crescente e subiram de 23% para 33% do limiar crítico de 255 camas ocupadas. A mortalidad­e específica por Covid-19 também subiu de 26 para os 32,5 óbitos por um milhão de habitantes nos últimos 14 dias. Entre 10 e 16 de maio, o País registou 157 502 infeções, com a incidência a sete dias a situar-se nos 1529 casos por 100 mil habitantes, num aumento de 58%.n

DGS ADMITE QUE VACINA NÃO IMPEDE CONTÁGIO

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